A vida é curta demais

Foto: Arquivo pessoal

*Mônica Castro

Se você descobrisse que está morrendo, seria mais agradável, amaria mais, tentaria algo novo? Bem, você está. Todos nós estamos. Não precisamos esperar uma sentença de morte para nos colocarmos em um lugar onde devemos estar enquanto usufruímos de um corpo são.

Em 2011 passei por uma experiência que não desejo a ninguém. Descobri um câncer de mama um ano e meio após o nascimento da minha segunda filha. Fui tomada pelo medo de deixá-las tão crianças, mas, apesar desse sentimento desesperador, me permiti enxergar uma luz que brilhava aqui dentro, a luz da cura. Poucos dias após o susto do diagnóstico, arregacei as mangas e decidi viver.

Enfrentei opiniões médicas divergentes, decisões que só eu poderia tomar, a revelação aos familiares, dolorosos exames, seis sessões de quimioterapia, quatro cirurgias, incontáveis horas de fisioterapia, medicações… Ainda assim, não me deixei abater e fiz uma pós-graduação para fugir da ociosidade, já que por vários dias levava uma vida horizontal da cama para o sofá e do sofá para a cama, como resultado do pior dos efeitos colaterais que sentia, a exaustão.

Durante os meses de tratamento, tive como aliados o tempo e a resiliência, fontes de aprendizado. Além disso, confirmei algumas maravilhas que já faziam parte da minha vida: o amor que recebia de todos a minha volta, a fé que me motivava a acreditar, a coragem que sempre tive perante às dificuldades e o valor da palavra gratidão. Passados oito anos, pasmem! Não me restaram lembranças ruins. Aquela luz que surgiu como uma faísca me invadiu por completo trazendo com ela a certeza do quão forte sou e de que Deus está sempre comigo.

Na nossa caminhada, precisamos entender que não estamos livres de surpresas indesejadas e que nem sempre estamos preparados para superá-las. É por isso que peço para voltarem à pergunta inicial. Leiam e reflitam sobre ela. A vida é curta demais para esperar o dia certo! Somos breves. Você pode demonstrar seu amor pelos outros hoje. Valorizar a família e amigos verdadeiros agora. Ser grato por tudo que tem, a todo momento. Parar de reclamar e se cuidar, sempre. Arregace as mangas você também e mostre a que veio.

*Mônica Castro é mãe e professora que mais aprende do que ensina. “Feliz e grata pela vida!”

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