Ser adulto não é desculpa para envelhecer
Cresci em uma época na qual ainda não tinha internet. Para saber das novidades era preciso ligar o rádio, assistir aos quatro canais de tevê disponíveis em minha cidade ou frequentar a banca de jornais da esquina. Por muitos anos, sonhei trabalhar em uma banca dessas. Era um lugar único, que reunia informações de todo o tipo, a toda hora. Uma loucura.
Foi em uma dessas bancas que, aos 17 anos, eu comprei o Guia do Estudante da Editora Abril. Era uma publicação anual com informações das principais faculdades brasileiras e uma breve explicação dos cursos e respectivos mercados de trabalho.
Como eu não sabia o que queria estudar, li o Guia dezenas de vezes. Na dúvida, pensei em Geologia, Nutrição, Letras, Ciências Sociais, Relações Internacionais, Turismo.
Certeza, eu só tinha uma. Queria um curso que me desse chances de viajar e conhecer lugares e pessoas diferentes.
Então fiquei com Relações Internacionais e Turismo, mas também descartei quando descobri que eram oferecidos apenas em outros estados.
Só depois de um tempo, relendo o Guia do Estudante, dei atenção ao curso de Jornalismo. Me senti atraída pela oportunidade e obrigação de sempre aprender coisas novas no exercício da profissão. Como o curso era oferecido na capital do estado, onde eu poderia morar, minha decisão estava tomada. Minha família sempre me apoiou, mas teve quem dissesse que eu “sonhava alto demais” e não “conhecia meu lugar”. Bem, depois escrevo sobre isso aqui no blog.
O curso de Jornalismo foi uma das decisões mais acertadas da minha vida. Realmente a profissão me permitiu viajar, conhecer o mundo e pessoas maravilhosas como as três amigas com quem estou começando o projeto “Vida de Adulto”. A vida nos afastou fisicamente muitas vezes, mas o contato (mesmo antes da comunicação instantânea) continuou e venceu todas as barreiras.
Desde que saímos da faculdade, ainda meninas, mas com muitos sonhos e vontade de fazer coisas diferentes e memoráveis, nossas vidas mudaram muito. Vivemos momentos felizes, outros nem tanto.
Muitas vezes, a vida de adulto nos mostrou que alguns sonhos não viram realidade e que o mundo é cruel.
Mesmo assim, aprendemos que é possível ser “gente grande” (envelhecer) sem perder a esperança e a fé de que há um lado bom nas pessoas e que coisas boas acontecem quando acreditamos e buscamos. Como nós quatro adoramos divagar sobre a vida, foi durante uma dessas conversas que surgiu a ideia do blog.
Adorei porque se o vestibular para o curso de Jornalismo foi minha primeira escolha em busca do caminho para coisas novas, fico feliz em saber que continuo seguindo essa trilha e me recusando a aceitar o comodismo da idade física. Vida de Adulto é viver da maneira que me faz mais feliz. É com essa ideia que entro de cabeça em mais essa aventura.
*@julianagribeiro.jornalista é jornalista e uma das fundadoras do Vida de Adulto.
Muitos mergulhos, muitos sonhos realizados e muita coisa boa nessa nossa vida de adulto, Ju! Sucesso demais! Beijocas.
Muito obrigada, Dalila! Você é uma das pessoas que sempre me apoiou e em quem me inspiro!!!