Sogra mãe amiga

Foto: Fernando Franco

*Ingred Suhet

Quando saímos juntas por aí, costumam perguntar se somos mãe e filha ou amigas. Nath é minha sogra, mas, em resumo, é bem isso mesmo. Tenho uma sogra/mãe/amiga.

Fechamos essa parceria há pouco mais de seis anos e, desde o início, sempre foi assim. Eu a conheci numa noite de Natal. No dia, havia umas 30 pessoas no local e a primeira pessoa que vi, quando estacionei o carro e contornei o bloco do prédio, foi a Nath. O meu rosto era o único diferente por ali. Ela logo desconfiou, abriu um sorriso e me abraçou. Senti um abraço de mãe. E acho que foi ali que começou essa sintonia que compartilhamos.

Tem dia que Nath me liga para colocar o papo em dia. A conversa tem de tudo. Ela me pergunta como foi a consulta no médico, se minha mãe está bem, e ainda me conta do capítulo da noite anterior da novela – “tentando não dar spoiler”.

Antes de desligar, faz aquele alerta sobre levar o guarda-chuva quando eu sair de casa e me chama pra comer bolo na Maria Amélia ( porque sabe que é meu ponto fraco). Quem me vê papeando, nem imagina, mas é minha sogra.

Fomos assistir ao filme do Paulo Gustavo, “Minha mãe é uma peça”, um dia desses, e fiquei pensando nos vícios e trejeitos da dona Hermínia, como mãe e sogra. Cheia de personalidade, ela. Intervindo e metendo a colher nas situações, enquanto tenta acolher.

No fim da sessão de cinema, Nath disparou (do nada): “Me achei parecida com a Déia Lúcia” (mãe e fonte de inspiração de Paulo Gustavo para o filme). No momento, só ri. Mas pensei: “Todo mundo tinha que ter uma sogra um pouco dona Hermínia e um pouco Nath.”

*Ingred Suhet é brasilense, jornalista, good vibes faça chuva ou faça sol e ouvinte/contadora de histórias desde que me entendo por gente.

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