Nosso sonho de cada dia

Foto: Arquivo pessoal

*Reh Freitas

Era feito criança
Repleta de sonhos
E esperanças.

A morte me levava
Todos os dias, sem desvalia.

Pela manhã, a vida me acordava
Com o barulho estonteante
Do velho despertaDOR
Que ficava em cima do criado-MUDO.

Ao recobrar os sentidos,
Embriagava-se de café
E como uma velha preta,
Ajeitava o turbante florido
E encarava a vida
Com CORagem.

Um dia era forte,
Nem precisava contar
Com a sorte.
Noutro, era boneca
De louça estraçalhada
Pela casa toda.

Não tinha nome,
Tampouco, sobrenome.
Apenas cantarolava
A chegada de cada dia.

Na dor ,
Ou na alegria,
Sabia agradecer
Toda esta ventania.

*Reh Freitas é natural da cidade de Montes Claros, filha das Minas Gerais. Professora, escritora e arte-sã.

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