Quarentena: momento de olhar pra dentro

Mulher com roupa de dormir
Foto: Arquivo pessoal

*Karla Beatriz

“Socorro, alguma rua que me dê sentido, em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada…Socorro!”

Perdidos em meio ao caos, temos que continuar caminhando, pelo menos tentando. É como se a criatividade, a vontade de construir aflorasse em meio ao caos, à destruição. Quando assusta, nós planejamos. Quando as pernas tremem, surgem novos passos. Percebemos que a vida é realmente feita de agora.

Se o vírus covid-19, ou mais conhecido como coronavírus, bagunçou o coreto, limitou os planos para os próximos três meses, é hora de REPENSAR. Todos precisamos sobreviver aos dias de não planejar e assim mesmo, acontecer.

Pensando em uma questão levantada no meu ig profissional ( arrisca_ ), ‘como minimizar os impactos do corona para pequenos negócios de moda?’, só consegui pensar em uma resposta: olhar para dentro!

É incrível perceber que sair do automático e ter um momento de introspecção é difícil, porém necessário. Somos movidos por uma era individualista, em que somos cobrados pelos erros e orientados pela ideia de que o sucesso só depende de nós.

Neste momento, vivenciamos o conceito ensinado pelas avós; dói, mas cura. Algumas variáveis já foram projetadas: diminuição do consumo, aumento da inadimplência, não pagamento de salários, caixa muito apertado, empresas quebrando e desemprego maior. Desespero!

Seremos afetados de maneiras diferentes, mas precisamos pensar por uma perspectiva mais social, sem pânico e com responsabilidade. Hora de mostrar nosso melhor, a nossa responsabilidade coletiva que deixamos de lado ao nos comprometermos com o nosso universo particular.

Por isso, sossega o facho! As respostas, neste momento, não virão da rua, mas de se reconhecer como um ser dentro de um sistema dependente do coletivo e de outras vidas, algumas até agora invisíveis para muitos.

A inquietação de estar em casa nos mostra que só nos importamos com o que nos faz falta, e parece que nos cobramos mais para continuar nos mostrando dispostos, disponíveis, mas esse comportamento mostra um fator bem preocupante; sermos displicente com o outro. Displicentes com alguém que é mais frágil seja na saúde, no profissional e na falta de privilégios. Que todas as vidas não nos faltem. Pois todas as vidas importam e você é responsável por cada uma delas.

*Karla Beatriz Suas roupas são feitas de paêtes, volumes e festa. Nada fica parado no armário sem criar uma história. Sua vida de entregas e muitos diplomas. Nunca divide sobremesas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *