A história de um(a) escritor(a)

Foto: Arquivo pessoal

*Sofia Alves Cardoso

Ser-se escritor(a) não é sinónimo de estarmos constantemente inspirados e sabermos sempre o que dizer e escrever. Não sabemos sempre o que escrever nos postais, nos livros de honra e afins. Não sabemos nem melhor nem pior dizer o que quer que seja.

Não somos seres que vivem num mundo paralelo onde tudo é verde e borboletas esvoaçam com candura. Nós vivemos no mesmo mundo que os médicos, os engenheiros, os varredores da rua… No mesmo mundo da dona Maria que avidamente sacode os tapetes da sua casa.

Pode parecer que andamos sempre com a cabeça na lua, a confabular sobre tudo, mas nós observamos. Observamos mais que qualquer outra pessoa porque tudo é história. Todos somos feitos de pequenas histórias que nos formam, quase como se fossem as células que constituem o nosso corpo.

Ser-se escritor(a) é ter os seus sentimentos e os das suas personagens.

É estar à espera de não se ser venerado por todos, é ter o discernimento em separar o construtivo do destrutivo e, muitas vezes, o assédio da brincadeira. É saber que tudo aquilo que escrevemos tem impacto nas pessoas e que, por isso, tão depressa podemos ser colocados num pedestal como num crucifixo.

Ser-se escritor(a) é ser-se mentiroso(a). É saber ser empático(a). É colocar-se no lugar do outro e extravasar, através da escrita, o sentimento subjacente. O(A) escritor(a) não é sempre o protagonista, talvez raras são as vezes que o é.
Ser-se escritor(a) não é ser-se bicho do mato. Nós socializamos, vamos a festas, falamos com outros escritores… Não tenham medo de nós, somos inofensivos.

E para vocês o que é ser-se escritor(a)?


*@sofiaalvescardoso_autora é uma jovem da cidade do Porto (Portugal), licenciada em Criminologia e com uma grande paixão pela escrita. Adora escrever thrillers e a sua grande ambição é conseguir conjugar a sua área de estudos com a escrita.

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