Girassóis
Eu, ela e você… Somos como os girassóis. Procuramos, tal como eles, o sol, a luz, o caminho. Nosso brilho é tão forte e tão intenso quanto o seu amarelo cheio de vivacidade. A nossa esperança é tão verde quanto a cor do seu caule de suas folhas. Nossos sonhos são, não raras as vezes, tão sólidos quanto suas sementes. Sempre os imitamos, creio eu.
Procuramos como eles nos fortalecer uns nos outros.
Quando nos percebemos enfraquecidos, esperamos uma mão, um olhar, um afago, um abraço, um beijo, uma palavra, ou quem sabe, apenas o silêncio. Sempre penso nisso e me recordo da estória linda sobre o anoitecer e os girassóis.
Dizem que, quando a luz, a claridade desponta, os girassóis se erguem majestosamente e se põem a acompanhá-la. Ao final do dia, quando a luz se vai, a dor e a solidão das sombras começam a se preparar para se instalar nos campos de girassóis. Então, imediatamente, em um movimento preciso, eles se viram uns para os outros, passando energia ao companheiro próximo. Fazem, assim, o papel do sol e se protegem até a nova manhã despertar!
Tal como os girassóis, temos medo das sombras, dos caminhos tortuosos, íngremes e precisamos uns dos outros.
Assim como eles, carregamos a certeza de que o amanhã despontará e que, se tivermos e pudermos contar com o outro, nossos abismos, nossos desertos serão menos penosos. Nossas esquinas serão menos temerosas.
Da mesma forma, quando estamos desfrutando dos vales, dos rios, das águas límpidas, das flores, também, nos assemelhamos aos girassóis, dando vários giros, e nos desdobrando em vários sóis. E nunca estaremos atrasados, pois estamos juntos!
*@erlihelenagoncalves é doutora em ciência da Saúde/bioética, professora de ciência política, de história, contadora de estórias, amante do Chico Buarque. Criou os dois filhos com mãos de ferro e por causa disso, com 6, 7 anos, os filhos pediam de presente LP’s do Oswaldo Montenegro e Raul Seixas.
