Lá vai ele, menino do sertão…
Carrega sua história em pés descalços, ombros ao sol, olhos marejados, com a expressão de quem quer sempre sorrir, mas transparece na verdade parte daquilo que tenta não mostrar por medo. Medo que lhe descubram antes mesmo de descobrir-se.
Moleque tímido, de cabelos pretos, escorridos na testa de suor de quem enfrenta um sol por dia. Seu corpo carrega a força de um povo, com orgulho e honra. O tom acanhado, se desfaz com um abraço que aconchega.
Esconde os medos atrás de um sorriso desajeitado. Entretanto, o maior sentimento não é o medo, e sim aquele que se esconde por baixo de seus anseios, paixões enfeitadas de esperança e alguns sonhos que não sabe onde buscar, mas que um dia virão de encontro às suas dúvidas que nunca lhe parecem acabar.
Suas respostas não estão em caminhos ou espaços vazios, mas em seus olhos, que estão em constância de lágrimas. No entanto, aquilo que parece angústia também dá o brilho que encanta, mesmo desengonçado, mesmo que no estardalhaço, mesmo no fingir pra esconder-se, faz bem a quem lhe quer bem e ama tudo aquilo que encanta sua alma.
Lá vem ele, homem, mas coração de menino…
Reconheço seus olhos, sua voz, seu sotaque, mas acima de tudo, seu coração.