O efeito Lúcifer


Foto: Pixabay

*Brenda Abreu

Com apenas um clique, se fere uma dignidade. Isso é o que acontece com pessoas que sofrem ódio gratuito na internet, especificamente nas redes sociais. É muito fácil. Não há olho no olho ou qualquer tipo de contato físico. Quem atinge não sente nada, já o atingido tenta sobreviver ao ataque que, muitas vezes, vem de alguém que nem o conhece.

O mundo virtual tem se tornado cada vez mais interessante do que a realidade. Eu li a respeito e mostro um conceito que aprendi, da psicologia: o efeito Lúcifer. Ele vem do livro do pesquisador Phillip Zimbardo, sobre como as pessoas “de bem” podem se tornar monstros se assim o ambiente e as circunstâncias favorecerem. É exatamente isso o que acontece no mundo virtual.

Não há empatia, apenas ignorância, maldade. Há sim uma cultura de ódio na internet, e com muitas vítimas. Talvez você conheça alguém que já passou por essa situação, ou seja essa pessoa, ou, ainda, que tenha essas atitudes. Tem até gente que fere o outro no virtual em anonimato. Isso faz bem pra quem?

Conheço uma jovem que sofreu calúnia e dividiu em lágrimas o que tinha ocorrido em sua rede social. Doeu em mim. Estamos acostumados a postar apenas coisas boas no virtual, e, como ela mesma me disse, a vida não é assim. Não é a realidade. Manu não compreende a difamação que sofreu, e que ainda sofre. Já até pensou em excluir a conta, mas avaliou que não valia a pena, e que o importante mesmo é o que ela pensa sobre si.

Nem todos agem de forma ponderada como Manu, e tudo bem. O que você diz pode salvar ou destruir, escolha bem. Não há como saber o que a pessoa do outro lado da tela está passando, sentindo. Sejamos reais, sem a máscara da virtualidade. Cuidemos de nossa saúde mental, mas sem prejudicar a do outro. Humilhar alguém não irá te fazer melhor.

O efeito Lúcifer é real, cultivado nas redes “sociais”. Bom seria se essa rede mundial fosse social, humana. Esse espaço também é de bom convívio. Pode haver discussões ou debates? Claro! Mas não ferir a dignidade do outro importa. Mais do que isso, é revolucionário.

*Brenda Abreu é jovem e sonhadora. Simplicidade e afeto, intensidade e coragem. Aprendiz da vida, e apaixonada por ela.

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