É possível deixar de amar nossos filhos?
Quando decidi ser mãe, descobri que a maternidade vem cercada de alguns mitos. O primeiro deles a gente descobre logo de cara: é impossível passar dias e noites em claro, amamentando, trocando fralda, cuidando de bebê com cólica, e ainda estar linda, magra e de bom humor.
Só mesmo nos anúncios das revistas.
Sobre o segundo o mito, pensei muito se deveria falar sobre ele. Afinal qual mãe de verdade é capaz de questionar se amará seu filho para sempre? Podemos deixar de amar maridos, namorados, amigos, irmãos, mas um filho? Chega a ser uma heresia pensar em tal coisa.
Mas a verdade é que vivo um momento de profunda inveja de outras mães, daquelas com filhos que estudam sozinhos, são organizados, obedecem aos pais e questionam até um certo limite. Já me peguei implorando para saber qual a fórmula para se conseguir isso. E saio arrasada quando escuto: “Não há fórmula, fulaninho é assim desde pequenininho”.
Lá em casa não é assim. Desde pequena, minha filha demonstrou personalidade forte, me dá um trabalhão para estudar (embora no fim consiga médias boas), e tem verdadeira paixão por me enfrentar. É eu colocar o pé dentro de casa e os questionamentos começam. E ela só tem 11 anos.
Mas esta mesma menina se torna uma criança adorável na rua. É queridíssima dos professores, cheia de amigos, vive recebendo elogios das mães das coleguinhas. É sensível, quer ajudar todos os moradores de rua, adora animais, e quando conto das nossas brigas ninguém acredita.
Como espírita, sei que dentro da família, muitas vezes somos obrigados a conviver com pessoas com que temos pendências de outras vidas, e chegamos até a implorar a Deus para voltarmos juntos e resolvermos nossas questões.
A questão é se o amor será capaz de resistir aos enfrentamentos diários. Será que melhora? Se não melhorar, serei capaz de amá-la com a mesma intensidade para sempre, afinal o amor de mãe não deveria ser eterno?
Ainda não sei a resposta. Por enquanto, aproveito a noite quando ela adormece ao meu lado para agradecer a Deus por ser mãe dela, para pedir sabedoria para entendê-la e beijá-la com todo o meu amor.
*@dlavor é uma jornalista nascida no Rio, mas apaixonada por Brasília. Sagitariana, está sempre mirando o horizonte. Não resiste ao sorriso de um bebê e ao latido de um cãozinho. Detesta injustiças.
Nossa, seu texto caiu como uma luva na minha vida.
Estou eu aqui no dia de Natal, aguardando quem eu era a amiga, companheira, confidente, … me ligar para desejar feliz natal. Pelo visto essa mensagem não chegará.
Da noite para o dia minha filha passou a rejeitar tudo que sou e me tratar como inimiga. Ela só tem 12 anos, mas reproduz cenas de filhos revoltados do cinema cono se fosse preciso.
Foi passar uns dias com o pai e simplesmente desapareceu, nem 1 mensagem, nada. E saiu de minha casa me dando beijos e abraços “saudosos”.
Somos humanas e vamos nos machucar ao longo da vida.
Geane me identifiquei com vc tenho filho único de 30 anos, achava que tinha uma boa relação com ele, mas bastou a situação financeira complicar que ele se revelou. brigamos muito e fui muito magoada. Deus me perdoe mas aquele incondicional, aquele que daria a minha vida por ele, não existe mais. e o que é pior ele é minha única família, não me sinto só, sinto apenas que desperdicei trinta anos da minha vida por nada.
A minha situação é igual a sua, parei de chorar de implorar, ela mesmo escreveu tento amá-la mas não consigo, não preciso do amor dela, para mim acabou, sou difícil de tomar decisão, mas não volto a traz, quando dou um basta na situação.
Eu era solteiro. Passei a morar com a minha filha de 12 anos(morte da mãe). Criei com todo amor do mundo, ajudado pela secretária, que era da família e idosa. Porém, a avó materna interferiu e me desautorizava em tudo. Resultado: sexo aos 15anos, droga aos 16. Eu trabalhando muito e a família materna escondendo de mim. Roubos em casa e na família toda. Acabei descobrindo pelos amigos e a polícia que me avisaram. Entreguei de volta para a avó aos 18 anos. Hoje, ela que casou com um viciado, tem dois filhos. Separaram. tentei ajudar, mas foi em vão. Nem ela, nem o marido, nem os filhos, tem estudo, profissão e emprego. Ela se pendurou com os dois filhos na avó, até agora, e namora homens casados. Até mais de um ao mesmo tempo. Me afastei. Ela me caluniou com todos. Ficou com raiva porque cortei o dinheiro. Não vejo meus netos mais, infelizmente. E ela muito menos. NÃO A AMO MAIS. NÃO SINTO FALTA. PARECE QUE NUNCA EXISTIU. QUERO MORRER LONGE E JÁ TOMEI PROVIDÊNCIAS PARA ISSO. NÃO SABERÁ. TENHO UM OUTRO FILHO DE OUTRA MULHER, QUE É ESPETACULAR. POLIGLOTA AOS 20 ANOS. FACULDADE FEDERAL. DETALHE: MORA COMIGO. NÓS DOIS, APENAS.
TUDO NESSA VIDA ACONTECE, TUDO É POSSÍVEL. DEPENDE DE CERTAS CIRCUNTÂNCIAS. MAS NÃO TENHO MÁGOA. SIMPLEMENTE, SAÍ DE CENA
Ultimamente tenho me questionado se amor de mãe é para sempre. Estou tão cansada!!! Acho que a carga que carrego é muito pesada, um marido que pouco ajuda, bebe mais do que devia, cuido da minha mãe sozinha, tenho dois filho que amo muito. Ultimamente meu filho de 14 anos tem me dado muito trabalho, ele é mal educado responde, arrogante. Sou uma pessoa equilibrada, sou professora de Matemática, trabalho muito, amo meu trabalho e minha família, sei que a vida não é um conto de fadas, mas estou cansada, hoje mas cansada que ontem. A falta de educação dele tem me deixado cada vez mais triste, e fico me perguntando até que ponto consigo aguentar e a saúde vai acabando a gente vai perdendo a graça da vida, às vezes dá vontade de ir e não voltar mais.
Obrigada por participar e contar sua história, Inês!
Olá! Puxa estou passando pelo mesmo com minha filha mais nova, atualmente com 17 anos, mas você disse tudo da sua filha é como eu visse toda a minha filha. As vezes penso que eu deixei de amá-la, pois elas só me faz sentir triste e muitas vezes com raiva. Infelizmente conversamos muito pouco, porque já esse pouco é o suficiente para brigarmos. Acho que é coisa de outras vidas mesmo e, nesse caso, peço perdão aos meu antepassados.
Olá Selma, tudo bem? Obrigada por participar do blog e dar sua opinião. Volte sempre!
Tô pasando o mesmo com o meu adolescente de 15 anos, acho que não o conheço mais. Isso me tortura por dentro. Sinto falta dele. Sinto que estou deixando de ama-lo e ele a mim. Triste cena, pois somos somente, eu e ele em casa. Me sinto sozinha.
Oi, Geane, tudo bem? Obrigada por participar do blog.