Fotografe o ponto mais alto dessa montanha-russa de emoções

*Amorym

A vida pode ser comparada a um parque de diversões e seus diversos atrativos. É possível passear por este grande parque, dando risadas com os palhaços, flertando na barraca do beijo, elevando a adrenalina no trem fantasma, subindo e descendo na montanha-russa.

Nessa em questão, as reviravoltas são rápidas, trazendo sempre aquele frio na barriga e por mais que você saiba que vai descer, você sempre quer subir, sabe que não pode ficar lá em cima pra sempre e é viciante. Eu vivo essa montanha-russa e vou traduzir esses sentimentos.

O motivo? Não sei exatamente qual, mas é desanimador!

Você sente todos os já conhecidos sintomas da depressão, profunda tristeza, sem perspectiva de coisas boas, não tem vontade de levantar e sair, mas se sai, por causa do trabalho, anda na rua como um zumbi. Mas lembre-se, é uma montanha-russa e já vai chegar o tempo de subir novamente.

Para mim, parece que estar aqui, me expondo e escrevendo essas simples linhas, está levando meu carrinho lá para cima. Daí que me veio a ideia de “fotografar” meu sorriso, gravar meus gritos, quando estiver lá no topo, para de alguma forma eu conseguir entender o que me deixa bem, feliz e realizado ao ponto de chegar nesse lugar de paz.

Vou pendurar em lugar de destaque essa fotografia para servir de lembrança nos momentos ruins e também de mapa para eu voltar ao estágio mais pleno do meu ser. Acredito que dessa forma estarei em exercício constante para fazer esse caminho de volta, e toda vez que o carrinho começar a descer eu já vou entender que um momento ruim está chegando e que é o momento de comprar novos tickets para chegar novamente no topo.

Que esses momentos ruins sejam de combustível e inspiração para produzir.
pois como disse Vinícius de Moraes:
“Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não.”

*Amorym é compositor e cantor carioca, suas canções fazem referência aos clássicos da canção brasileira com poesia e melodias contemporâneas.