Um velho novo ou um novo velho?

Foto: Arquivo pessoal

*Leonardo Sant’Anna Gomes

Há uns cinco anos, 30 de janeiro caiu numa sexta-feira. Poderia ter sido uma sexta qualquer, mas tinha algo mais. Eu testemunhava mais uma volta de nosso planeta esférico (sim, ele não é plano!) em torno da nossa estrela mais próxima.

Aquela sexta, que por acaso era meu aniversário, deixaria de ser um dia comum para tornar-se o dia onde aquele fio de esperança que você teve de que algo quase impossível (mas que nunca deixou de lado) se transformaria numa realidade tão radiante que, até hoje, não sei como descrever o que senti.

O dia em que eu tava ficando mais velho, mas que, como a luz do sol, que viaja a 299.792.458 m/s, como uma injeção de Propofol com efeito contrário, me fez sentir jovem. Num piscar de olhos, voltei a ser quem sempre fui. Um cara velho, sim, mas com alma, anseios, vontade de mergulhar de novo na vida como um adolescente.

Por muito tempo, defendi que o universo tende ao equilíbrio. Se você deixa um copo de café quente sobre a mesa ele esfria, até equilibrar a sua temperatura com a do ambiente. Um copo de Coca gelado “esquenta” pelo mesmo princípio.

De repente, achei que todo meu sofrimento prévio havia se convertido em felicidade (pra manter o tal equilíbrio). Infelizmente, não é bem assim. Na verdade, a segunda lei da termodinâmica diz que o universo tende ao caos. Que sempre estamos expostos a forças externas que afetam o sistema, não importa como ele esteja.

Acredite: não importa o quanto de mal ou bem você faça nessa vida, eles não vão voltar pra você como um ciclo! Aja sem a expectativa de ser recompensado ou castigado.

De toda forma, faça alguma coisa! Hoje estou vendo nosso planeta girar em torno de si mesmo pela volta de número 17.166,75 (sim, é um número quebrado e por isso temos anos bissextos), e me sinto velho. Não pelas voltas da Terra, mas pelas coisas que não fiz. Lembre-se: quando o sol nascer a cada manhã, seja jovem!

*Leonardo Sant’Anna Gomes é fluminense (de nascimento) e Flumimense (do time mesmo), amante da música, da tencologia (embora prefira os discos de vinil) e de doce de leite. Eternamente atrás de respostas para perguntas que talvez ainda nem foram feitas.

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