A pele
Não quero que toque em partes de mim,
Quero que ouses tocar a pele inteira.
Alva, pálida, carregada de histórias escritas em braile.
Para desvendar é preciso ter tato, paciência e tempo, não é coisa que se
execute às pressas.
Quero que num abraço confirme os meus anseios.
Se for devagarinho e atento, a boca pode até sentir o que vai por dentro.
Quero nossas peles coladas, num entrelace de energias que nos uma além
do que é palpável.
Quero sentir a pele da tua alma.
Aquela que carrega a tua ancestralidade, e que vagou em vidas e vidas pra
chegar até aqui, nesse encontro de nós dois com essa pele alva de agora.
A pele não mente, ela só sente.
É só calor, amor.
Pele com pele, difícil sair para o dia a dia.
Só nos sentimos plenos assim…com a pele na pele.
O corpo fala e sua voz é ela.
Em meio a um dia calorento, como se fosse um dia de frio, ela arrepia… o
arrepio é o seu grito.
— o corpo fala.
*Simone Barreiros Rosa – Curitiba. Professora, Redatora, Escritora e geminiana. É apaixonada por histórias reais e amante das infinitas possibilidades do ser humano. Regida por gêmeos com lua em aquário; é ar. Não vive com os pés no chão. Calada é impossível, exceto quando não sabe o que dizer…aí escreve. Está escrevendo seu primeiro livro que será publicado em 2020. Expõe seus contos e poemas nas redes sociais (@contosecant0s, onde também se arrisca a usar a sua voz em narrações. Participante do projeto Quarta conexão, uma proposta do cactoearosa (xilogravura) e Banda MAB (música alternativa brasileria) com objetivo de junção das artes e conexão de pessoas.