Embalando uma mãe tentante
Você sabe o que é desejar muito algo na vida, no mais profundo de seu ser, e não conseguir realizar no primeiro ano de tentativas? E lá se vão mais um ano, dois, três… e, por mais que você dedique toda sua energia, fé, dinheiro, o sonho não se realizou?
Estamos falando sobre ser MÃE TENTANTE! Sim, somos mães na alma, mães que tentam, que seguem suas jornadas com vários percalços para estar com nossos/as filhos/as no colo preenchendo nossas vidas. Suportar o “ventre vazio” por tanto tempo e, pior, sem saber quando e se ele vai se preencher pode ser devastador na vida de uma mulher.
O Dia das Mães deste ano já será por si só um tanto quanto diferente, muitas famílias não almoçarão juntas, não haverá tanta troca de presentes, mas todas as mães serão celebradas, o que é importante. Mas, para muitas mulheres, esta é uma data difícil, talvez a mais difícil do ano, um período por vezes temido. Nos sentimos frustradas, deprimidas, nosso EU grita por socorro.
Fui mãe tentante por sete anos e minha família se formou através da adoção e não consigo celebrar plenamente a data, não sei se em algum momento vou conseguir.
Sofro junto a tantas mulheres que sonham e lutam, lutam e esperam, esperam e buscam, buscam e não alcançam, não alcançam e renovam a esperança. Mas para que este processo de ressignificação aconteça, precisamos cada vez mais nos embalar, em rede, com sororidade e empatia genuína.
Será que um dia vou comemorar MEU dia das mães?
Muitas tentantes fingem não esperar mais. A você, mãe tentante, sinta-se embalada e nutrida para que consiga cuidar de si, reavivar sua autoconfiança, que você encontre a força que necessita pra aceitar e confiar no seu propósito maior, divino.
Há um fio condutor em nossas biografias, seja ele qual for: se a celebração do Dia das Mães no próximo ano será seu destino, se a retomada de outros projetos emergirá com novo sentido… Tome as rédeas de sua história em suas mãos, mas não de modo solitário. Se você está “próximo” de quem que vive esta situação, oferte um colo quentinho, uma escuta genuína e, talvez, um silêncio cúmplice. A verdadeira empatia faz duas almas humanas se encontrarem!
*@fernandaramos.psicologia
