Nunca foi um adeus
*J. Hermano
(Para meu cunhado)
Há algum tempo, a morte estava em seu encalço.
Te espiava e ficava à espreita de sua
Alma.
Numa noite sombria e fria, a morte
Te pegou sem dó nem piedade, naquela
Pequena esquina sem pensar nenhuma vez.
De repente, os laços, os traços e até mesmo
Os embaraços foram se desfazendo.
Feito nó desatado, sua alma se desfez sem
Querer do teu corpo e a dor de não pertencer
Mais a essa vida tomou conta de você, que em
Total revolta lutava em vão para voltar ao
Que não mais te pertencia.
Lutou em vão, pois eu senti a sua luta.
E eu disse em tom de vibrato: Desiste.
Você virou saudade, daquelas que ferem, destroem e fazem destroços no coração
De todos.
Vieste a mim, pedindo-me uma visita ao teu corpo naquele salão funeral, mas eu não fui pois
Não me dava coragem de te encarar e te dizer um simples adeus, mas você ainda entendeu os meus motivos.
Do nada, uma luz veio te buscar e assim sua alma
Partiu para o descanso eterno.
Eu sempre soube que a morte nunca é um fim, mas um recomeço para quem sai dessa vida para o outro lado.
E você partiu e sumiu no horizonte das almas, eu
Rezei e te desejei descanso para que você
Simplesmente repousasse na paz dos adormecidos.
Deus te abençoou e te levou daqui.
Siga seu caminho, simplesmente siga em
Paz, pois por aqui as coisas vão melhorar,
Independente de sua partida.
De certa forma, você sempre fará falta,
Uma lacuna que ninguém jamais será
Capaz de preencher.
Descanse em Paz, meu amigo, até breve,
A sua partida para mim e para todos nós: nunca foi um adeus.
*@escritorjoaohermanopereira é escritor desde os 15 anos de idade. “No começo, foi difícil mas depois fui vendo que quanto mais escrevia, mais alívio sentia. Hoje, eu uso a escrita como um refúgio e, para mim, toda escrita é um processo maravilhoso de cura e expressão da alma.” João, escritor, 27 anos, capricorniano.