Quanto cabe de saudade em uma caixa?
Não escrevo faz tempo, fazia com frequência, mas veio a pandemia e um grande bloqueio veio junto, não sei o porquê. Talvez pouca paciência, ansiedade a mil, esperando tudo passar… Mas não passou e vai demorar a passar!
Acostumar? Como faz para acostumar com isso? Nossas vidas cerceadas? Ficamos impedidos de ver quem amamos… Neste ínterim, perdi meu pai, fiquei órfã. Enfim, tanta coisa para assimilar que minha vontade de escrever se foi.
Eis que hoje, com uma caixa que ficou na casa do meu pai, que desfazemos em Rio Verde (GO), vieram tantas lembranças! Quando abri a caixa, vieram lágrimas, sorrisos, cartas e fotos de trinta anos atrás, cartão postal… Vieram lembranças, chegou a saudade.
Saudade de um tempo bom e veio também a esperança de um novo tempo. Aquele que hoje reconhecermos que nos faz bem! Nostalgia pura…
Percebi que tenho novas amizades lindas e fortes, mas as que mais me deram saudade foram as que tive quando jovem, quando criança. Percebi que elas estão presentes de um jeito na minha vida por todo sempre.
Lembrei de viagem, de brigas, de conselhos, lembrei de tantas risadas. E acreditem, veio tão nítido na minha memória que lágrimas surgiram, um misto de alegria e pesar. Pesar porque queria encontrar todos agora, amanhã, um dia… Precisamos nos encontrar!
Essa pandemia nos fez ver o quanto o tempo nos distanciou de quem sempre nos fez bem. E percebemos que o importante nessa vida é o que você já fez dela! Teremos tempo? Não teremos? Rogo que sim, que teremos tempo de nos ver, de nos encontrarmos.
*Grazy Paiva escolhe palavras para definí-la: curiosa, corajosa, amiga, palpiteira (tem que ser sincera né?) e feliz! Prefere livros do que TV, uma boa conversa do que assistir a um filme, se tiver acompanhada com uma taça de vinho, e, lógico, viajar.