A tal da maturidade
Somos lançados neste plano terrestre sem manual a ser seguido, apenas com o livre arbítrio, a cara e a coragem. “Livros em branco”, capítulos e histórias para esboçarmos, em busca de uma identidade, da nossa história, em busca de nós mesmos, constantemente, diariamente.
Calejamos, caminhamos, vivemos, construímos, perdemos, em busca de uma lacuna a ser preenchida. E neste processo evolutivo de amadurecimento, do autoconhecimento, não há espaços para pré-julgamentos.
Pois estamos em um constante estágio de aprendizado e crescimento. Às vezes fugaz, visceral, ardente, na pele, como a sensação de caminharmos sobre brasas em um árido deserto. Passamos ou nos permitimos viver determinadas situações, seja por pessoas ou ações e reações, que, se não forem sanadas, terão efeitos colaterais irreversíveis destino à frente.
E esta é uma das maravilhas em sentir-se e estar vivo. Aprendizados, lições, conhecimento. Acrescentar vida em nossos dias. Porradas, tombos, renascimentos. A cada passo dado, vamos constantemente aliviando aquele “grito” ecoado, entrelaçado em nosso peito.
O amadurecimento nos fortalece em nossa construção como indivíduos, aprendemos a domar o leão enjaulado, feroz, com sede de experiências.
Mudamos de cidade, de amores (correspondidos ou não), mudamos de gênero, de idade, de aromas, amizades, de cores, de sabores…
O ímpeto de lançarmos mão muitas vezes de nossa felicidade para tentarmos nos encaixar em situações não correspondidas, em espaços que não nos cabem mais ou nunca couberam. Damos espaço ao bom senso, outrora adormecido.
Chega uma fase em que não nos permitimos ferir novamente até sangrar. E isto meu caro, isto é viver, é o dom da vida, da maturidade, de nosso crescimento pessoal e espiritual. É o ponto-chave de toda a maravilha que é a vida.
*@guicteixeira é escorpiano e brasiliense. Um eterno apaixonado pela força da escrita e o seu poder de acalentar a alma.
