Como falar sobre deficiência com seus filhos e alunos

Nayla Nobre no Blog Vida de Adulto
Foto: Arquivo pessoal

*Nayla Nobre

Outro dia uma amiga que o Instagram me deu perguntou como ela poderia trabalhar o tema “deficiência” com seus alunos. Sugeri uma atividade que fiz com os meus próprios alunos e com minha filha Ester, de cinco anos. Além da Ester, sou mãe da Melissa, de um ano, que tem síndrome de Down.

O vídeo motivacional é o famoso e premiado curta metragem espanhol Cuerdas (Cordas, em português), de 2013. Nele temos a história de uma relação de amizade entre duas crianças especiais, María e Nicolás, que tem paralisia cerebral.

Com as crianças menores, o tema pode ser introduzido a partir de perguntas relacionadas ao cotidiano infantil. Você tem algum amiguinho que anda de cadeiras de rodas? Na sua escola tem algum coleguinha que usa óculos ou que não fala?

Para crianças maiores e adolescentes, sugiro introduzir a temática com perguntas mais elaboradas, como: Você conhece alguma pessoa com deficiência?

Como você acha que seria sua vida se você não pudesse se movimentar?

Após assistir ao vídeo, é importante o diálogo e a reflexão. Deixe a criança falar, dizer o que ela entendeu, sua opinião sobre a história. O importante aqui é falar com naturalidade, com igualdade e com respeito às pessoas com deficiência.

Seu filho/aluno precisa entender que tudo bem ser diferente, que é “normal” ter características diferentes, mas que todos precisamos ser tratados de forma igual, ou seja, com respeito e empatia.

Você também pode fazer algumas perguntas para aprofundar o assunto e, aí, adaptar de acordo com a compreensão do ouvinte: O que você sentiu ao ver o vídeo? Você acredita que nossa sociedade precisa de mais pessoas como María? Como você acha que seus colegas da escola agiriam se você tivesse características similares às de Nicolás? Sua forma de pensar e de ver o mundo foi influenciada após ver esse vídeo? Como devemos tratar as pessoas que têm alguma diferença? Você sabe o que é capacitismo?

Faz e me conta como foi a experiência. Precisamos falar sobre essas temáticas, que são tão importantes para construção de um mundo melhor e mais igualitário.


*@nobrenayla  é professora e mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Mãe da Ester, de cinco anos, e da Melissa, de um ano, que tem Síndrome de Down.

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