Quando o teu silêncio encontrou o meu olhar
A sensibilidade é matéria que ultrapassa a minha palavra, eis então que tento descrever o nosso encontro utilizando os meus olhos! Repare só.
Comecei aqui, adulta que tento ser, de olhar semicerrado encarando a ti que me entregava teus olhos bem abertos. Desde o princípio eu noto o quanto essa tua entrega estava mais disposta do que a minha.
É. Eu tenho meu pé atrás antes de avançar para a coragem. Eu possuo uma desconfiança intimidadora em uma entrega que desejo tanto. Tanto que de tanto querer paraliso.
O que meus olhos diriam em seguida?
Descanso minha face e o que antes meus lábios e o restante da minha expressão desconfiada oferecia, descansa também. Creio que passo agora a teu coração uma expressão de serenidade, ou melhor, uma expressão de absolutamente nada. Como você descreveria meu momento de entrega? Pergunto com os olhos e tu respondes:
Amor. (Teus olhos afirmam o que tua boca não precisou de esforço)
Mas encaro teus lábios para ter certeza. Sem palavra. O que acontece é lento. Como explicar o lento se a vida é um instante tão rápido? Como explicar o lento em meio às contradições infinitas que a vida impõe ao momento do meu disfarce?
Amor. Repito em mim.
Amor de comunicação silenciosa. Mistério fácil.
O que eu sou às vezes é limitado, embora o que eu sinta não seja, mas esse entendimento eu só encaro vivendo e viver nem sempre é uma tarefa diária. O amor é o grito da morte. O olhar que tento renascer no instante em que parei de sentir por você. É que não era o momento presente o que o mundo enfim precisava. Éramos inúteis amantes que não poderiam ainda oferecer a entrega.
“O quê?” Você voltou a dizer com o olhar. Fechando o rosto em expressão de desentendimento. Depois voltou para a serenidade lamentada. Reergueu como pássaro na chuva que busca a gota mais pesada como desafio.
Você. O pulsar diante do que paralisa. A vida depois da vida.
*Biografia: Olá! Meu nome é @_larissarmonteiro, do @_escreva, sou mineira, tenho 21 anos e curso Inglês na Universidade Federal do Espírito Santo. Escrever, para mim, é a certeza diante de todas as interrogações que o mundo oferece.