Doeu mas Floresceu

Carolline Rodrigues escreve "Minha mãe"
Foto: Arquivo pessoal

*Carolline Rodrigues

Nossa você quase não posta foto com a sua mãe…
Você não tem boa relação com ela?
Sua mãe é brava?

Volta e meia eu recebo perguntas como essa… Hoje um dia não mais importante que todos os outros da sua vida, O ”Dia das Mães”. Vamos passar o final de semana juntas. Colocar quase todo o papo em dia… Contar parte que “posso” da minha vida… Vamos beber nossa cerveja, dar boas risadas, lembrar e criar vários momentos.

Mas nem sempre foi assim… Que bom!

Minha mãe é a filha mais velha de três irmãos, a vida foi difícil pra ela, sabe…

Por anos da minha vida eu questionei Deus o porquê aquela mulher era assim? Sempre tão “dura”, brava, preocupada com limpeza, com a nossa educação. Qual o motivo de eu apanhar tanto? Só porque fazia pirraça e me jogava no chão, era mesmo motivo?

O fato é que nos descobrimos e construímos um amor real, sem todo “romantismo” que envolvem as relações mãe e filho. Eu achava que ela precisava do meu perdão, por ter sido tão rígida em nossa criação. QUANTO ENGANO! Foi um processo desafiador de amadurecimento, hoje eu me vejo liberta e feliz…

EU ME PERDOEI

Por não ter percebido que por trás dos gritos, tinha um silêncio de dor… Por não perceber que ela era o melhor que conseguia, e só não ia além porque eu não ajudava. Por julgar todas as vezes que eu poderia ter abraçado… Por não ter reconhecido que os momentos de castigo, doíam mais em nela do que em mim…

Não era você mãe, era eu que precisava aprender que o amor que ninguém vê é o que faz a gente crescer… Eu cresci e me perdoar por todo esse tempo que a cegueira da adolescência me fez perder, me fez ser um pouco parecida com você. Obrigada por demonstrar amor da forma mais dolorosa e necessária que conseguiu… Por deixar nascer o amor onde estavam cravados espinhos de dor…

Por SER, doa a quem doer…
Doeu… Mas floresceu…


*Chamo-me @carolamada , tenho 35 anos, moro em Campinas, interior de São Paulo. Formada em Recursos Humanos, gosto de viajar, beber cerveja, ler, correr e ter vários namorados… Vida simples e boa.

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