Quanta liberdade…
Faz um tempo que eu me pergunto porque permitimos mudarem nossa essência para nos adaptarmos ao ambiente ao nosso redor. Pra que, quando a beleza está na singularidade de cada um de nós? Eu vejo essa paleta tão mais rica quando cheia de tons… Porque lindo mesmo é ver as várias essências se mostrando com um coração doce e um sorriso que é de verdade. Um sorriso daqueles que conheceu luta e luto, mas ainda dança com a liberdade de uma criança.
Eu não estou falando da mudança que vem de crescimento. Tampouco mudança que vem sem dor. Eu não me importo com o conflito que vem de se olhar no espelho e perceber o que pode evoluir. A mudança que vem de um olhar que identifica o “eu” que eu não reconheço bem, e que dá um passo em direção. Mesmo que com medo. Mesmo vulnerável. Sempre sincero. O olhar que escolhe abraçar mais bela possiblidade.
A gente cresce e percebe que todo mundo se apega aos próprios conceitos sobre como o outro deve ser. O alcance de tal imposição cobre o globo, mas não é esse tipo de conexão que a gente precisa. A gente precisa mesmo é da conexão que é livre. Eu sei, parece até ambíguo…
Mas não é da liberdade que flui o conhecer e o abraçar mais genuíno?
Que nos permite ser cada versão de nós mesmos a cada dia? Sem nos forçar a desistir de um pedaço de nós…? Sem apressar nossos passos nessa estrada.
Sim, o conhecer mais profundo nos celebra como somos hoje enquanto caminha conosco em direção ao que seremos amanhã. Mas o faz sem impor suas próprias motivações. Quanta liberdade…
* @talitabentley é brasileira residente no Reino Unido há 13 anos. Dá área jurídica para ações de frente de justiça social, sendo membro do bordo de diretores de uma ONG que luta contra o tráfico humano. Ama pessoas. Ama dançar.
