Para você que é mãe: eu sei

Gabriela Andrade escreve o texto Para você que é mãe
Foto: Arquivo pessoal

*Gabriela Andrade

Para você que é mãe: eu sei. Eu sei, tem dia que é difícil.

Tem dia que nos aguarda com urgência e nós só queremos alguns minutos no escuro do quarto, enquanto nossos filhos puxam nossos lençóis, nos chamando para viver.

Eu sei, tem dias que não damos conta de equilibrar todas as bolas do malabarismo, há que se deixar algumas caírem ao chão. E essa constatação vem abraçada com um mix de sentimentos difíceis.

Tem dia que você precisa de um abraço, mas tem briga de irmão para apartar. Tem dias que você gostaria de ceder e chorar, mas você é o elo forte da família, e chorar não cabe na sua dinâmica.

Eu sei. A maternidade é colorida e feliz, cheia de sorriso e encanto. Mas tem dias desbotados e sem esperança também.

Para você que é mãe: eu sei! Eu vivo tudo isso.

Eu também estou aqui, nos meus processos, aprendendo com meus filhos a cada dia. Queria poder te abraçar, mas envio minhas palavras como carinhos virtuais.

Se os lençóis forem puxados logo cedo, chame seu filho para dançar. Dê um beijo babado de bom dia e esmague até ouvir uma explosão de risadas.

Se as bolas do malabarismo se quebrarem, peça ajuda (não esqueça, peça ajuda!) e recolha cuidadosamente os cacos, para que nenhum coração se machuque.

Abrace seus filhos, mesmo quando você precisar mais desse gesto do que eles. Antes de soltar, abrace um pouco mais. Chore o choro que precisar. Você é gente, não é super-herói.

Em dias desbotados e sem esperança, olhe para seus filhos. Olhe bem profundamente nos olhos deles e veja como essa simples atitude é capaz de trazer cor e sentido. Filhos nos curam e nos fazem caminhar por caminhos melhores, mais belos, mais verdadeiros.

Olhe para você, mãe, e para sua jornada. Levante a cabeça para apreciar a vista da sua história. Quão belo é o caminho que você está trilhando, apesar do cansaço e da dor.

Eu sei, mãe. Eu vivo isso tudo. Eu também estou aqui.


*@gabiasartori é mãe de dois passarinhos que sonham em voar voos mais altos. Professora por formação, nas reviravoltas da quarentena fez a opção de largar o emprego para se dedicar à família. Atualmente escreve para mães, pais e filhos.

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