Coragem para viver
Entrei no consultório apreensiva, o eletrocardiograma acusou uma alteração que não consegui entender. Para aumentar minha preocupação, o clínico geral disse que apenas um cardiologista poderia ler adequadamente o resultado do exame.
Lembrei-me rapidamente que, pelo histórico familiar, meu ponto fraco seria o coração. Senti o medo percorrer cada pedacinho do meu corpo, ainda mais porque havia passado por uma cirurgia de emergência recentemente. Novamente o medo da morte me assombrava.
Lembrei-me dos meus filhos. Comecei a chorar enquanto aguardava ser atendida pelo cardiologista. Liguei para uma amiga que em vão tentava me consolar. Eu só queria estar bem, sempre tive boa saúde. “Que alteração será essa?” O cardiologista não soube me responder, solicitou vários outros exames, recomendou evitar esforço, estresse e procurar um especialista.
Procurei outros médicos que foram unânimes em recomendar a realização de uma cirurgia. Não tive como evitar… Precisei fazer uma ablação no meu coração para corrigir intensas arritmias. Foi um procedimento demorado (entrei às 8h no centro cirúrgico e saí às 16h), mas transcorreu tudo bem.
A recuperação foi muito tranquila, atualmente sinto-me extremamente bem e procuro seguir a orientação do meu cardiologista.
– E agora, doutor, o que preciso fazer?
Perguntei em uma consulta.
– Viva, a vida é breve!
Ele me respondeu de forma tranquila e ao mesmo tempo firme.
– Mas o que posso fazer para melhorar minha saúde?
Insisti, querendo alguma recomendação.
– Faça o que te dê prazer. É melhor andar de bicicleta feliz do que se matricular em uma academia e não ir.
Saí da consulta entusiasmada e repleta de planos.
*@caldas.elisangela é uma mulher idealista e apaixonada pela vida. É esposa e mãe. Gosta de viajar e estar com família e amigos.