A falsa matemática do amor


Foto: Pixabay

*Mariana Londres

Você começa a lição acreditando que é uma ciência exata.
Onde um mais um são dois.

Logo descobre que não há nada de exato no coração: ele é das ciências humanas.

Porque quando o resultado é o amor, um mais um podem ser três, quatro, cinco.

A soma pode, de repente, virar multiplicação.

Basta que, ao um mais um, sejam acrescentados respeito, reciprocidade e uma série de outras qualidades que se somam.

Mas quando na conta entram o descompasso, o desinteresse,
quando tudo dá errado,
aquela soma vira subtração e, no fim, divisão.

“Vim aqui pra somar”, ele diz.
Mas não trouxe os números.
Não entende que, pra conta fechar, as únicas operações possíveis são a soma e a multiplicação.

E, pra dar certo, os dois têm que ser ao menos um.
Se um for, na verdade, zero, o resultado da equação será nulo.
Vazio.

*Mariana Londres Pinha escreve desde criança como terapia. Nunca pensou em publicar nada pessoal, até encontrar uma editora insistente e apaixonada. Além de textos, produz relações de longo prazo e é especialista em administrar distâncias e saudades.


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