Ponto final
Definitivamente, creio que não conseguiria conviver com o “E se?”. Não conseguiria me ver na história de um livro sem final final, por exemplo. Talvez porque eu seja resolutiva. Ou objetiva. Ou destemida de nãos mesmo.
É por isso que eu prefiro arriscar, é por isso que sempre tento antes de desistir, e é por isso que, às vezes, me jogo para ver qual é. É que eu realmente prefiro um NÃO a uma dúvida. Prefiro uma desilusão a uma ilusão sem fim.
Porque resolver, para mim, parece melhor do que procrastinar.
Sei que a frustração, de qualquer jeito, vai rolar, mas, no meu entendimento, passará mais rapidamente assim, com uma conversa franca. Todavia, em que pese a minha preferência, no sentido de gostar de um ponto final, tenho uma amiga que me diz que preciso me acostumar com a ideia de que nem sempre acontecerá dessa forma comigo.
Ela tenta me fazer entender que o sofrimento não diminui por conta disso; que, com ou sem despedida, ele é do mesmo tamanho, mas eu continuo insistindo em preferir ouvir um “acabou”, porque tenho paúra de histórias mal resolvidas, como aquela cantada pelo Lenine, na música “Meio Almodóvar”, ou aquela contada no filme La La Land, que quase ganhou o Oscar.
Não sei explicar exatamente o motivo, mas talvez seja porque eu creia que viver no “E se?” não me trará a paz que eu preciso para poder recomeçar ou não me permitirá entender que realmente se fechou um ciclo.
Enfim, na minha concepção, além disso, viver no “E se?” acaba soando meio nostálgico, e um tanto demasiadamente melancólico também. Assim sendo, vou terminar esse textão com um pedido: por favor, não me iluda, ok?
Prefiro a sua verdade, ainda que me doa, à sua saída de cena aparentemente sem explicação.
*Meu nome é @ticisalles, do @textoesdatici, servidora pública apaixonada pela escrita. Uma mulher em construção, sempre em busca da minha melhor versão!