A morte como reflexão
Nunca tive medo de morrer, o medo é de deixar as pessoas que amo e a minha vida. A gente teme a morte não porque vamos embora para sempre. Na realidade, é o que fica e continuará existindo sem nós que nos deixa em estado de choque. Fora o desconhecido, o que vem depois. O pós-morte. Existem várias versões para relatar sobre esta questão. O que, na realidade, não deixa ninguém cem por cento tranquilo diante desse assunto.
O fato é que ninguém quer partir, e muito menos perder os que amam. Um filme me disse que “o que todo mundo quer na verdade é ser lembrado”. Será? Temos medo de sermos esquecidos?
A grande verdade é que ninguém vai embora para sempre. A morte não é capaz de nos apagar do mundo.
Ninguém nunca parte (morre) por inteiro. Sempre deixa um pouquinho em quem fica. O corpo físico morre, o significado, não. A representatividade da pessoa na nossa vida é eterna.
Se pensarmos que não somos puros, somos (estamos sendo) resultado de fragmentos alheios. Partes de outras pessoas, situações e vivências. Assim estarão em nós pequenos pedaços dos que se foram. Pense em uma pessoa que você ama muito e que já morreu. Tente se lembrar de algo que aprendeu com essa pessoa, qualquer coisa. Então! Essa pessoa está vivendo em você.
Sempre imaginei como seria o mundo sem mim. Quem vai chorar quando meu corpo não estiver mais aqui? Quem vai lamentar? Quem escreverá nas minhas redes sociais? “Sinto muito”, “Morreu de quê?”, “Eu conhecia”, ”Não acredito…”. Terá também aqueles textões cheios de emoção e sentimentos? Isso só me faz refletir em como vivo no presente. Os amigos que coleciono, os valores que transmito… O que ficará. Sim, eu sei, você deve estar pensando: “Ninguém vive achando que vai morrer.”
Pois então, é analisando a morte que busco evolução para a vida. Porque morrer é uma certeza, temos prazo de validade. E também não sabemos qual é. A morte é cheia de mistérios, nos dá a sensação de fim. No entanto, morrer não é um problema, deixar de viver, sim.
*@ediane_mendes_lima nasceu no norte de Minas. Apaixonada pela escrita. Formada em pedagogia. Atualmente vive em São Paulo com o marido e um casal de filhos.