Ainda não achei Juliane

Foto: Depositphotos

*Victor Rosa

Ainda não achei Juliane, mas encontrei uma bela pulga atrás da orelha! “Será que as mulheres independentes estão ‘espantando’ os homens mesmo?” – perguntou Renata Varandas, após questionamento de sua tia em texto publicado no último domingo. Espantar creio que não. Mas assustam, e como assustam!

Mas o que exatamente assusta? A mulher ter a grana para bancar a própria vida, ter mais poder de decisão, não depender de nada do homem?

Talvez não sejam exatamente esses os motivos. A tal mulher independente, seja lá o que isso for de fato, acaba criando um muro quase intransponível para o pretenso parceiro, sobretudo no começo de uma relação, onde impera aquela desconfiança de tudo e de todos.

Esse muro vai sendo derrubado dia a dia, com as demonstrações de afeto, demonstrações de comprometimento, de verdade das coisas ditas para conquista. Mas é um processo lento, e talvez este seja o motivo de muitos caras assustarem e abandonarem o barco antes da travessia da maré mais forte.

Nem todos os homens estão dispostos a encarar essa quebra de barreira. Talvez por comodismo, talvez por questões culturais. Quando logo após o “oi, meu nome é Fulano, prazer. O que você faz?” Eis que aparece um “ei, sou a Juliane, trabalho com (__ – coloque aqui um cargo pica!) e aí o cara gela!

Gela porque fica com medo de não ter um trabalho que corresponda à altura, gela porque acha que se a mulher ganhar mais vai “mandar nele” (entre aspas mesmo porque é uma expressão bem difundida por aí), enfim, gela porque não vai o controle da situação (pronto, falei!).

E como não gelar? Definitivamente, não sei! De repente se a mocinha ficar um pouquinho menos atrás do muro, sair um pouquinho da defensiva, minimize esse sentimento. Talvez, Juliane, você devesse mesmo ter dado seu telefone para o primo da Renata. Era o buraquinho no muro que ele precisava para traçar um destino diferente para os dois.

*Victor Rosa é escorpiano e flamenguista, ambos com convicção; policial, poeta e praticante de jiu-jitsu. Dessa mistureba, saem as escritas, os problemas e as soluções!


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