Não me marque no Facebook

Foto: Unsplash

Fui a última pessoa do meu círculo profissional a comprar um smartphone e só tomei a decisão quando fiz um intercâmbio em NY e não conseguia acompanhar a agenda de passeios da turma. Voltei decidida a me incluir no mundo digital. Mesmo assim, ainda me incomodo quando percebo que a conversa ao telefone se mostra mais importante que a pessoa ao lado. Parece que a expressão “te ligo daqui a pouco” foi esquecida.

Até um tempo atrás, pensava que isso era coisa da idade porque tenho a referência entre o antes e o depois da internet, mas vejo que não. Pesquisas diversas mostram que vem aumentando o número de jovens que rejeitam as redes sociais: entre os que ainda estão no mundo digital, redes mais abertas como Facebook perdem seguidores enquanto as mais “seletivas, como Snapchat, Whatsapp ou Instagram, recebem mais jovens.

Isso talvez explique o motivo da norte-americana Sonia Bokhari ter virado notícia quando contou sua história no site Fast Company:

“Eu tinha acabado de fazer 13 anos e achei que estava apenas começando minha vida online pública, quando na verdade havia centenas de fotos e histórias minhas que viveriam na internet para sempre, quer eu quisesse ou não, e eu não tinha controle sobre isso. Eu estava furiosa; Eu me senti traída e como se tivessem mentido.”

Sonia desistiu das redes sociais e começou a participar de um grupo na escola para discutir como os jovens podem evitar o aumento da falta de privacidade:

“Para minha geração, ser anônimo não é mais uma opção. Para muitos de nós, as decisões sobre nossa presença online são tomadas antes mesmo de falarmos… E mesmo que eu estivesse mortificada com o que descobri que minha mãe e minha irmã tinham postado sobre mim online, abriu uma conversa com elas, uma que eu acho que todos os pais precisam ter com seus filhos.”

A história de Sonia Bokhari não é a única, basta pesquisar. Isso acende uma lanterna vermelha. Vivemos como no filme “O show de Truman”, onde o personagem principal é filmado 24 horas? As novas gerações vão nos culpar pela falta de privacidade? Que mundo estamos criando para eles?

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