Fazendo as pazes comigo


Foto: Arquivo pessoal

Giovana Guerra

Na contramão do que todos desejam ou esperam, não quero mais buscar pelo “sucesso”! Descobri um dia, após a caminhada matinal com meus companheiros Luigi e Cherie (meus cachorros), que não desejo mais continuar a trajetória profissional que eu mesma tracei, que tanto lutei e trabalhei para me tornar.

Agora em junho, fez exatamente um ano que me preparava para duas grandes mudanças de vida. Uma foi a venda da casa a qual morei com minha família por doze anos e a mudança para um pequeno apartamento. A outra, a proximidade do casamento da minha filha primogênita Laís.

Eu e minha prole toda estávamos ansiosos com a mudança de bairro e estilo de vida (nunca havíamos morado em apartamento). Buscávamos por segurança, tínhamos dois cães (também habituados a morar em casa) e eu não sou uma pessoa muito sociável (e agora iria compartilhar meu lar com diversas famílias), tudo isso me preocupava muito.

Para minha surpresa … adorei!! Como designer de interiores, preparei o apartamento para ser o melhor lugar do mundo. Moramos em frente a um parque ecológico e isso também colaborou para nos sentirmos mais acolhidos. Talvez as caminhadas matinais tenham me auxiliado a amadurecer a decisão.

Minha profissão me deu a oportunidade de viajar pelo mundo, participar de eventos nacionais e internacionais, receber premiações incríveis, conquistar parcerias de sucesso e poder transformar casas em lares espetaculares!

Acho que consegui deixar um pouco de mim em tudo o que fiz e levar um pouco de cada família que conheci. Mas agora chega… já deu!

A Giovana Guerra agora deseja ser apenas a Giovana… Mãe da Laís e da Lara, esposa do Samuel. Estou descobrindo que talvez eu seja mais feliz sendo apenas a Giovana. Preciso me reprogramar, fazer meu curso de padeira e ceramista. Tentar voltar a pintar.

Pois só assim irei me reencontrar e fazer as pazes com aquela que se casou aos 16 anos, teve os filhos aos 22, perdeu o pai aos 34, separou-se aos 35, casou-se novamente aos 37 e agora aos 47 anos tenta reescrever sua história. Agora sem amarras, sem culpas, sem preconceitos, sem medo e com muita, muita disposição para descobrir o novo…

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