O Amor, o sexo e suas nuances
*Júnior Eremita
Eis que um dia, depois de anos amando, você sente que não ama mais ou não é amado. Difícil? Nem tanto, quem nunca se perdeu nesta dúvida? Dizem que o amor tem que ser regado e cultivado como uma planta. Sei não… Acho que as ervas daninhas que não são cultivadas estão aí, firmes e fortes, e as plantas tão bem cuidadas às vezes definham!
Dizem também que devemos amar incondicionalmente, que o amor verdadeiro não espera nada em troca. Será? Eu só acredito nisso quando se trata de nossos filhos. Mas voltemos ao amor de homem e mulher, aquele que ansiamos por uma retribuição! Sim, queremos qualquer coisa que nos faça sentir amado e desejado!
Comparando (com as plantas), elas nos retribuem com flores, frutos e uma certa paz. O que então deveríamos esperar do nosso parceiro, amante, wherever? Eu mesmo até “ontem” não esperava nada! Mas vamos envelhecendo e começamos a pensar nesta danada da “retribuição”.
Às vezes minha parceira reclama que sou muito exigente em que façamos sexo, me levando a pensar que teria algum problema mal resolvido. Como bom escorpiano, sempre acho que a culpa pode ser minha (pra não dizer, com certeza, que eu sou o culpado), mas, analisando, descobri que, quando fazemos sexo, é o único momento de afeição trocada em poucos minutos que temos.
Não vejo um carinho no rosto, um afago no cabelo ou uma ligação no meio do dia pra dizer que te amo. Ahh o eu te amo!! Esse é desconhecido meu há tempos. Não que eu não o diga, mas que eu não o ouça!
Me disseram que devo mandar rosas, elogiar, não “ir direto ao ponto” no sexo ou, às vezes, fingir que não quero. Escorpião não é assim! Quando amo, amo com a força da minha alma a alma dela, amo o cheiro do hálito, mergulho sem saber se há pedras.
Nesta minha reflexão, busco saber se quem amamos tem as mesmas “reclamações”, só não nos mostra ou fala. Se perguntei? Com certeza. Se houve retorno? Não, está tudo bem… O rio continua correndo e as árvores continuam a florescer na primavera…
O problema está neste outono que não sai do meu coração, nesta planta robusta que quer florescer e não vê a chuva nem de longe. Será que se fosse cacto seria melhor?
*Júnior é o pseudônimo de um eterno apaixonado.
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