O que eu quero de mim?

Andrea Magalhães usa tiara e brinco com flores enquanto segura um copo de bebida
Foto: Arquivo pessoal

*Andrea Magalhães

Partes desses pensamentos escrevi no início de março, quando nem sonhávamos com a quarentena e suas incertezas que viriam a inquietar nossas mentes e corações. Resolvi atualizar pois percebi que esses sentimentos tomaram outro juízo de valor. O que lerem entre as aspas, foi o que decidi manter e compartilhar.

“Há dias tenho estado mais comigo mesma, isso implica a tentativa de achar respostas para perguntas ainda em construção. Um momento de introspecção que tem se refletido, também, em estar mais no meu principado e menos em garrafas de tintos, pois quem convive comigo sabe o quanto sou um pé de rua.”

O que antes eram momentos por livre arbítrio, a quarentena me impôs um momento forçado de reclusão e ao mesmo tempo de valorizar, ainda mais, a minha casa. Um local sagrado, de proteção, que me trouxe um olhar mais sereno sobre estar em paz comigo mesma.

Não é fácil, mas os questionamentos abrandaram. As respostas, ainda não tenho todas, e nem sei se as terei.. .Se é que tenho que ter!!! A sensação é que quando você acha que tem todas as respostas, a vida vem e muda as perguntas.

“Tenho a sensação de estar vivendo um momento de amadurecimento emocional o qual não pensei ser necessário. Aquele instante em que você se depara com o desconhecido e se pergunta: sigo adiante ou devo recuar?”. Neste momento, a vida não nos deu muita opção.

Tivemos todos que recuar para que, daqui algum tempo, possamos seguir e nos jogar nessa vida que tanto pulsa.

“Tem uma frase da Clarice Lispector que me inspira demais e diz: ‘Eu tenho medos bobos e coragens absurdas’. Não sei se o receio que tenho agora de ir adiante é tão bobo assim e nem se minha coragem vai ser o suficiente para enfrentar o que TALVEZ venha pela frente”. Esse momento traz medo do que ainda está por vir e qualquer ato de coragem pode não ter sentido algum.

“É quando você se distrai que a borboleta vem e pousa no seu ombro”. Continuo acreditando nesse instante da vida. Quantos momentos deixamos passar por achar que amanhã teríamos mais tempo. Hoje tudo o que mais temos é tempo, tempo fora do tempo.

A resposta para a pergunta “O que eu quero de mim?” Essa eu já tenho: CARPE DIEM, MEMENTO MORI. Tudo vai passar.


*Andrea Magalhães é jornalista e formada em gastronomia. “Sou a doidinha dos cabelos ruivos, sedenta dessa vontade de viver a vida intensamente, e que tem como lema, também, tatuado na pele, Carpe Diem. Viva o dia de hoje!!” E que logicamente… ama um gin!

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