(D)efeitos da Covid-19
Tenho visto muita bobagem na internet durante o isolamento social (por causa da Covid-19) e dado boas risadas com elas. É o que tem salvado minha sanidade mental. Meu cérebro está embotado desde que me propus a cumprir o isolamento – há seis semanas.
Não consigo ler um texto acadêmico ou mesmo um livro literário, não consigo escrever, não consigo me concentrar. Ou seja, produzir nada no campo intelectual. Preciso? Pensando nos projetos que tenho, sim.
Não há uma rotina certa, acordamos, arrumo café da manhã e fico zapeando pelas redes sociais até ser demanda pela minha filha. Ou, agora, pelos dois gatos que adotamos.
Entre uma rede social e outra, olho um e-mail, faço as atividades da ‘mulher de verdade’ daquela música, vejo se tem contas pra pagar ou alguém pra responder, atuo como mãe e confiro se tenho que sair pra comprar algo. Se tiver, programo pra sair um ou dois dias depois.
Pois é, eu que amo ‘arrastar o sári’, agora estou pensando 250 mil vezes antes de sair, pois dá uma trabalheira danada – pensa a roupa e no que levar, faz a lista do que precisa comprar pra ser uma coisa rápida, pega as máscaras.
E na volta: troca os sapatos, troca as roupas, toma banho, higieniza tudo que foi comprado, assim como as chaves de casa, do carro, o celular, a carteira e o cartão.
Aí só de pensar na canseira que é, principalmente a volta, desisto de sair.
Lembrando que somos duas. Então, trabalho dobrado. E não, não dá pra ela ficar em casa, tem que ir comigo.
Lado bom desta fase: ela vai passar; estou mais estrategista que nunca; estou gastando só o necessário de dinheiro; e otras cositas más. Lado coluna do meio: talvez eu melhore um pouco no quesito cozinhar; espero melhorar alguma coisa como pessoa; tomara minha filha tenha uma boa lembrança de mim nesta fase! Lado ruim: o pior de todos pra ariana aqui: ficar sem sua liberdade.
*@rosemsilva38 é mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Graduada em Jornalismo e em Biblioteconomia pela UFG. Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas da UFG.