A Grande Casa

Bethania_Patricia
Foto: Arquivo pessoal

*Bethânia Patrícia

Quarentena, tantas oportunidades… Agora, com mais tempo, estou conseguindo ligar mais para as pessoas queridas. Talvez até esteja mais perto de quando podia tocá-las. Irônico, não? Mas como a consciência se dá pelo contraste, faz todo sentido e sou grata por enxergar isso.

Certo dia, liguei para uma querida prima. Falamos por vídeo. Que saudade… Há quanto tempo não os via… Como sua caçula estava grande! O tempo passou rápido! A gente não vê, mas está tudo bem. E foi bom revisar como fui engolida pelo tempo. Ao conversar com o pequeno Arthur, filho da querida prima Nana, ele me pergunta:

— Como é o nome da sua casa?

Respondo:

— Não tem nome ainda… Vamos dar um nome a ela?

Rapidamente, já na ponta da língua, o esperto diz:

— Já sei, ‘A Grande Casa’!

Moro em uma quitinete. Assim, a nossa primeira reação de adultos foi rir e, ao mesmo tempo, achar lindo! Pensei: “Essas crianças…”

Fiquei com o nome na cabeça: ‘A Grande Casa’. Parece que, de alguma forma, a casa havia ganhado um nome…

Foi, então, que percebi a grandeza da criança. Minha casa tem sido palco de grandes encontros com o que consigo alcançar, até então, de maior em mim, com um pouco do que realmente Sou, da minha alma.

Tem sido o local de luta com o que não é bom, aqui dentro e preciso derrubar. Tem sido um verdadeiro Lar que meu corpo e alma habitam juntos. E assim, da minha forma, sacralizo-a! É pequena, mas é tão grande… É pequena, mas cada cantinho tem um registro, uma marca, tem o seu papel.

Ela me acolhe, mas, ao mesmo tempo, me espreme, para trazer o sumo, a essência!

E, depois, expande! E de fato, parece que ela fica maior, com mais um cantinho marcado, quando algo, lá dentro de mim, abre-se um pouco mais, como a respiração, que dá vida! Quanta sensibilidade e grandeza de uma criança!

Sim, meu Templo Sagrado se chama: A Grande Casa.


*Meu nome @bethapatricia, do @centroser.saudeintegrativa, sou uma pessoa em busca do meu Ser e para esta busca, a vida me presenteou com alguns papéis: Filha, irmã, neta, sobrinha, prima, amiga, aluna, instrutora, acupunturista, fisioterapeuta, terapeuta, filósofa, idealista. Assim, através dessas funções, vou aprendendo na relação comigo mesma, com as pessoas, com a natureza, cada dia mais, quem sou de fato…e se me perguntar aonde tudo vai dar, digo que não sei, mas o que não tenho dúvidas é que escolho ir no caminho do amor.

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