Faz sentido aí?
Tem uma brincadeira que o meu filho de cinco anos faz que seguidamente me causa uma crise existencial. É uma mágica e funciona assim:
– “Sim salabim, abracadabra! Esquece de tudo e não lembra de nada!”
E aí eu finjo que esqueci de tudo.
– “Quem sou eu?”, “o que estou fazendo aqui”, “qual o sentido da vida”…?
Damos muitas risadas. Ele acha divertidíssimo… Eu? Nem tanto.
Tenho que lidar com os fios de pensamento que surgem a cada brincadeira dessa. Você já tem a resposta para essas perguntinhas?
Vou compartilhar aqui as minhas três conclusões. Vem comigo que vou te poupar um tempo de crise:
A primeira é que eu já sou tudo o que preciso ser. A gente desconfia do fato de que já é bom o suficiente: parece que há sempre algum lugar melhor pra chegar.
Mas ó, já está tudo aí! Como num passe de mágica, ao reconhecer que já sou tudo o que preciso ser, isso se torna verdade.
A segunda é que se estou aqui e agora, há um propósito. E olha que esse texto nem é de autoajuda, é de autorreflexão mesmo! Nós somos natureza e não tem nada da natureza que não esteja aqui com algum propósito.
E a terceira é que o sentido da vida é a gente que dá. Pra esquerda, pra direita, para um pouquinho, descansa um pouquinho… Na verdade, pouco importa, desde que faça sentido.
Faz sentido aí?
Hoje, quando meu filho vier com a varinha mágica, vou rir sem pensar.
Cada momento traz consigo a mágica de ter tudo o que precisamos para viver.
*@mairabertoldo se formou em jornalismo e guardou o diploma na gaveta. Foi ser bancária, professora, cuidadora… Mil coisas que a levaram de volta ao início: escrever. Aos 34 anos, percebeu que sempre há tempo pra ser quem se é.