O afecto da Escrita
Em uma sexta-feira de agosto de 2012, escrevi:
“Pró-Cura”
Quero uma palavra curta
que não monossilábica
Mas uma palavra muita
Esta, que não se caiba:
que me escorra dos olhos,
que te adentre, e que saibas
que a palavra é minha
É fio de prata
o que hoje me sai
Não é lágrima
É sutura”
É sobre procurar. Curar e curar-se no ato do Encontro. Este é um texto sobre encontros de potência.
Não é que as pessoas estejam mais disponíveis. Nada disso. O tempo, inclusive, ficou extremamente escasso e valioso. Mas as pessoas estão engendrando encontros há tanto tempo, na impossibilidade e imprevisibilidade desses dias pandêmicos que eles começaram a nascer sem detença. Romperam a barreira do som à velocidade da luz. A procura, finalmente, encontrou casa.
É sobre o ato de se permitir ser afectado no corpo, essa massa orgânica e energética que se comunica com a substância exterior, internalizando-a. É um instante brilhante em que todas as suas moléculas comunicam vida e pulsam de felizes! É a orquestração da Autopoiesis conforme Maturana a descreve, buscando recompor a substância viva com aquilo que temos descoberto dentro de nós.
Baruch Spinoza escreveu sobre a natureza dos Afectos há séculos, em Ética demonstrada à maneira dos geômetras. Dele, eu fico com Bom Encontro.
Estou celebrando meu Bom Encontro com a página Vida de Adulto, que me levou a tantos outros Encontros de potência. Encontro pra falar do processo de criação com um cão (sim, Você leu isso), um pelo curto Escritor chamado @watsonbraga. Encontro pra falar de outros Encontros com a diva Patida @pamauad.
Minutos colecionáveis com os amantes de livros e cafés que tem seus textos vizinhos aos meus aqui e outras tantas pessoas queridas com quem converso no cantinho do direct. Tudo gente de verdade, internet orgânica e cheia de afeto! Tudo gente que conheci aqui nesta página de Escrita Criativa e com Afeto. A isso, brindo!
Se isso acontecer com Você demore-se um pouco mais neste ponto.
Porque Você encontrou e foi, também, encontrado.
*@mirnacristiane Cases é educadora, especialista em aprendizagem humana, produtora de conteúdo, escritora de livros ainda não-publicados, mulher amada, mãe e avó feliz.