O ensino à distância e meu preconceito
Sempre tive preconceito com ensino à distância. Tinha em mente que a falta de contato físico com professores e a maleabilidade de horários significavam menos rigor e, consequentemente, menos qualidade no ensino. Eis que veio a pandemia e não tive escolha.
Meu curso presencial de marketing digital, que mal havia começado, tornou-se online. Quando aconteceu, alguns alunos cancelaram a matrícula e cheguei a pensar se faria o mesmo.
A dúvida não durou muito porque logo percebi que precisava me adaptar. Faria um curso online ou teria que esperar, ainda mais, para fazer o curso que tanto queria? A decisão foi rápida e logo comecei a gostar de assistir às aulas sem ter que me arrumar, sair correndo para enfrentar o trânsito de São Paulo e chegar, sempre, em cima da hora.
Aprendi a usar novas plataformas para reunião online e adorei a liberdade de escolher quando queria estudar. Por outro lado, foi estranho ver aqueles vários quadradinhos com os nomes dos alunos que não ligam a webcam (assim como eu) e tentar imaginar, apenas pela voz, a aparência e personalidade de cada um.
Sem dúvida, exercitei minha criatividade e descobri que sou muito mais flexível do que imaginava. Minha adaptação foi ótima e, o mais importante: acabei com outro preconceito. Nunca mais vou pensar que ensino à distância é sinônimo de falta de qualidade.
É bom saber que eu estava errada.
Conseguir olhar adiante, além das ideias preconcebidas que eu tinha, é libertador. É a prova, mais uma vez, de que só conseguimos entender o diferente quando ele chega até nós. Se não tivesse sido obrigada a aderir ao ensino à distância, talvez continuasse com minhas velhas ideias de um mundo que não existe mais.
*@julianaribeiro_blog é uma das fundadoras do Vida de Adulto. Escreve às quartas-feiras, duas vezes por mês.