A roupa da entrevista de emprego

Deputada Paulinha, PDT/SC, no dia da posse na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Foto: Blog do Paulo Sampaio)

Tenho uma blusa de mangas compridas, bordada com um trabalho a mão. É chique, mas descolada ao mesmo tempo. Foi paixão à primeira vista quando a comprei na loja de um shopping de Brasília. Semana pasada a usei e uma amiga disse que é muito bonita. Respondi que essa foi, por muito tempo, minha roupa para entrevistas de emprego em São Paulo.

Ela riu, mas entendeu o que quis dizer. Para alguns tipos de cargos é preciso se mostrar sofisticada, elegante e bem vestida, mas sem formalismos.

O ar descolado passa a ideia de que você está aberta a novidades. Loucura?

Alguns podem achar loucura, mas minha teoria amadora tem funcionado na prática.

Dependendo do emprego, terninho e scarpin é uma dupla que, por mais bonita e chique que seja, pode ser sua sentença de morte no processo seletivo. Por outro lado, jeans, camiseta e sapatênis para conversar com a gerente da área de TI de uma multinacional, também não é o adequado.

Não sou especialista na área de Recursos Humanos, mas basta analisar e pensar no quanto a aparência molda a imagem dos outros sobre nós. Muitas vezes, é uma ideia errada, mas no mercado de trabalho não há espaço para impressões à segunda vista.

Quem busca emprego deve buscar um tempo para entender a empresa onde quer trabalhar, mas não adianta se adequar para a entrevista e depois fazer de conta que esqueceu o padrão da empresa. Por outro lado, se não gosta do ambiente corporativo ou quer quebrar padrões, vista-se como quiser, mas esteja preparado para as críticas. Quer um exemplo?

Em janeiro deste ano, a deputada Paulinha (Ana Paula da Silva) tomou posse na Assembléia Legislativa de Santa Catarina usando um macacão vermelho com um profundo decote em V. Apesar de ser ex-prefeita duas vezes de Bombinhas (SC) e ter uma longa e respeitada carreira política, foi atacada nas redes sociais e chamada de prostituta. Ela respondeu: “Vou continuar vestindo o que quero”.

A lição de moral? Cada um tem o direito de se vestir como quer. A roupa não define o caráter, mas se você quer estar no mundo corporativo e ainda ter personalidade, deixe um tempo no armário!

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