Somos melhores juntos
Chego nua.
Inteira, sem edição prévia.
É assim que me sinto quando escrevo.
Vulnerável. Exposta.
E por isso, a escrita sempre foi para mim algo pessoal, secreto, dos diários, dos desabafos. Ou de um único leitor, das cartas, muitas cartas. A maioria entregues. Outras, nunca enviadas.
Achei que nunca conseguiria publicar textos. Até ser incentivada, convencida, praticamente coagida por uma amiga. “Temos um grupo e compartilhamos textos”, ela disse.
Hesitei. Recuei. Por fim, resolvi tentar.
Para minha surpresa, o que aprendi não foi perder a vergonha das palavras, ou a me entregar a todos publicamente. O que aprendi, de verdade, foi que somos melhores juntos.
Nesse caso específico, juntas.
Não é fácil entender a força de um grupo quando, a vida toda, somos incentivados a fazer sozinhos, competir, ser melhor que os outros, triunfar. Como se o lugar mais alto do pódio fosse só para um. Não é.
A conquista é muito mais fácil, e mais saborosa, quando é coletiva, compartilhada, quanto estamos de mãos dadas.
E quem divide um projeto, não divide apenas uma conquista. São várias. Dividimos ainda o trabalho, temos que tentar convencer, somos convencidos, cedemos, criticamos, olhamos para o outro e, principalmente, ficamos felizes com o sucesso de todos. Porque o sucesso maior é a troca.
Trabalhar junto é se despir de si, do individual, do egocentrismo. E assim seguimos. Escrevendo juntas no Vida de Adulto.
Nuas, expostas, mas nunca sozinhas.