Não gosto de filme triste
Não assisto filmes que me fazem chorar. Sei que pode parecer estranho, mas sempre fui assim. Desde a adolescência, evito esse tipo de obra, mas é claro que não estou imune a esses filmes. Já assisti e até chorei, embora não goste de admitir porque sou de Áries com ascendente em Touro e isso me faz “casca dura”.
Quem é mais velho deve lembrar do filme “Love Story”, que passava à exaustão na Sessão da Tarde dos anos 1980, e conta a história de um casal de jovens apaixonados cuja mulher descobre uma doença fatal. Nunca consegui assistir até o final. Achava desnecessário imaginar um sofrimento tão grande que podia ser real.
“A Lista de Schindler” me deixou em choque e nem chorei. Muito triste a cena em que ele vê a criança de casaco vermelho na pilha de corpos que serão incinerados.
Gosto muito de ficção científica, mas algumas vezes fui pega de surpresa com filmes que eram apenas para divertir. Três me marcaram profundamente: “Blade Runner”, “Inteligência Artificial” e “Vanilla Sky’. Este último, com Tom Cruise, me deixou pensativa por semanas. O desespero do personagem em busca de amor e afeto me fez pensar na vida. Acho que até chorei.
Nessas horas, acho que entendo o gosto for filmes que levam às lágrimas. É porque eles fazem avaliar a vida? Talvez, sim, mas não sei responder. O que sei é que cada pessoa precisa de um tipo de válvula de escape. Eu prefiro filmes de ficção científica, comédias românticas e novelas porque já acho a vida real muito dramática.
Esta semana, uma garota de 23 anos que morava em Francisco Morato, cidade da Grande São Paulo, morreu atropelada um dia antes de seu casamento. Oriunda da periferia, ela falava espanhol fluente, tinha estudado na USP, era muito batalhadora.
Foi sepultada com o vestido de noiva, no horário que seria realizada a cerimônia. Seus pais, que saíram do interior para acompanhar a festa, acabaram enterrando a filha. Parece filme? Infelizmente, não é.
Talvez por isso eu prefira filmes divertidos. Preciso pensar que a vida pode ser linda e engraçada. Mesmo que por apenas duas horas.