Amor pós-40 (fruta boa)
Nós temos precisos um ano e onze dias de diferença de idade. Fomos colegas de estágio nos tempos de universidade e nos conhecemos há 20 anos. Apesar disso, só nos vimos apaixonados um pelo outro há menos de um ano. Ficamos 13 anos sem nos ver, muita coisa aconteceu e quando nos encontramos foi algo arrebatador.
É curioso se apaixonar por alguém que na prática tem a mesma idade, que viu as mesmas coisas na linha do tempo, que teve alegrias e dissabores parecidos, que sabe o que é ter filhos adolescentes (eu uma e ela um) e o que isso demanda.
Se apaixonar depois dos 40 é sempre uma jornada mais arriscada do que aos 20.
Se a bagagem nos dá mais calma, também pode nos dar mais medo de sofrer. Mas se deparar com uma paixão à esta altura da vida é uma espécie de recomeço, uma nova chance e uma nova escolha.
E escolher amar depois de alguns desamores não é tarefa simples.
Nana Caymmi canta uma música, “Fruta Boa”, que fala de um amor maduro, cotidiano e divertido. Nosso amor é uma fruta boa, com o desejo à toda, a diversão, a alegria, a leveza, as nossas marcas do tempo, as músicas do século passado e as novidades do presente.
Eu vivo um caso de amor com alguém que sabe que o amor não é por acaso. Dá uma dorzinha não ter vivido isso antes. Em compensação, dá uma vontade enorme de viver o que está por vir da melhor forma possível.
*@alexonfer é carioca, engenheiro, pai de uma adolescente, corredor amador, que não vive sem música, livros e um bom banho de mar. Autor dos textos do @retratosescritos.
