“Nós já não somos mais os mesmos”

Foto: Arquivo pessoal

*Roberta Luiza

Não. Nós já não somos mais os mesmos. A frase que dá título ao meu texto de hoje foi muito bem colocada pelo @cesinharaizer em um recente texto de autoria dele, aqui no @vidadeadulto.

Eu tinha passado por um dia chato e estressante e então veio o texto dele. Eu li, reli e comecei a pensar sobre isso. Cesinha falava sobre um relacionamento, sobre essências iguais em frascos distintos.

Eu também quero falar sobre relacionamento. O seu relacionamento com você mesmo. O meu comigo. Será que ainda somos os mesmos? Não. Não somos. Mas muitas vezes insistimos em ser ou parecer. E isso nos fere. Nos machuca.

Você está onde queria estar? Você se relaciona com quem gostaria? O seu dia tem os resultados que desejou?

Não. Nós não somos mais os mesmos. E não podemos aceitar a mesmice. Os planos vão e vêm e, muitas vezes, precisam ser congelados ou alterados. A sua vida precisa ser milimetricamente calculada. Você precisa decidir se quer ou não congelar seus óvulos para ter filhos num futuro um pouco mais distante.

Você e eu não temos mais a segurança de enviar o “bom dia” para o crush sem pensar que ele vai sumir achando que você é carente. Afinal, ele também não é mais o mesmo. Os homens e mulheres não são.

No grupo do WhatsApp, todas as amigas enviam áudios quase Podcasts para reafirmar: elas não querem ser mais as mesmas. E tudo bem ter esse desejo. Mas as vezes parece que mudar é quase um crime.

Escolhemos novos ares e a busca de novos amigos (sem jamais abandonar os velhos). Nós já não somos mais os mesmos. Definitivamente. E esse é o olhar dos amigos antigos para você.

Eu prometi que 2020 seria muito diferente. Por quê? Não quero ser mais a mesma. Mas decidir isso é sempre difícil. É pesado ter que mudar e explicar porque você mudou. É desgastante dizer que você não quer mais simplesmente porque não é mais o mesmo.

A vida, eu e você podíamos ser mais complacentes com aqueles que não querem mais ser os mesmos. Isso fará muito bem a eles. E a nós. Sem dúvida.

*Roberta Luiza é retrato de liberdade; jornalista, viajante, goiana e tem 37 anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *