Quando isso tudo for quase nada

Foto: Arquivo pessoal

*Ednardo Viana

Engraçado, mas até pouco tempo eu tinha alguns sonhos e desejos. Ficaram pelo caminho. Acho que tudo, de repente, veio para me mostrar miudezas tão simples. Eu só quero ver meus filhos correndo, estudando, praticando esportes. Não me preocupar quando um dos meninos cata a pipoca que caiu no chão da sala e come. Quando um irmão pega uma colherada do prato do outro. Anseio ver as pessoas tocando a vida. Apesar de todas as lutas, éramos felizes para valer.

Quero abraçar os amigos que fazem aniversário. Os meus companheiros de trabalho. Dar aquele aperto de mão esperto no garçom. Curtir um samba. Fazer aqueles “comes e bebes” prometidos que nunca engataram.
Só pretendo encontrar meus irmãos num sábado vadio para jogar qualquer coisa e tomar algo bom com minha mulher amada.

Como eu desejo passar na casa do meu pai e ir na padaria como sempre fizemos. Chegar na minha mãe e dar aquele abraço e beijo que pareciam tão triviais. Mas fazem uma falta… Agora pra mostrar amor acompanho meus velhos tão de longe. Tá ruim!

Na boa, sabe, eu acho que essa doença veio para ensinar a gente a ficar mais junto, depois que isso TUDO for quase nada. Tenho fé que essa fase dura vai passar. E quando esse dia chegar, saberemos que precisamos dos outros para sermos completos. Carecemos é de uns abraços, beijos, de estar junto, rir de verdade e muito pouco para sermos imensamente gratos e felizes.

*Ednardo Viana é o segundo de quatro filhos, pai de três meninos, jornalista, bem casado, apaixonado por futebol, samba, conversa, natureza e gente.

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