O limite do luto
E de repente a luz se apagou, as pessoas sumiram, as prateleiras estão vazias, as cores estão cinzas, a ausência do meu amor grita em cada cômodo, o absurdo é normal. Sim, a finitude bateu à minha porta.
Conheci o limite a partir da fragilidade do conceito de fim, e foi nesse limite que descobri o encorajamento de olhar e procurar no escuro do poço a luz da esperança!
Se vamos encontrar? Aí é outra questão que experimentamos individualmente quando reposicionamos nossa mente e coração, para aprender a conviver com o barulho do vazio e da ausência!
Aprendi algo…
Viver de lembranças parece lindo quando se fala assim, não é? Mas não, não é belo… É devastador quando as mais belas lembranças nos trazem o lembrete dos sonhos interrompidos e do nunca mais.
Ah como dói, como devasta, como nos tira do fluxo da vida e paralisa internamente, com a necessidade de se reencontrar para camuflar para o mundo que “está tudo bem”.
Sabe aquela luz de esperança?
Após muitas feridas, gritos de socorro, labirintos mentais vencidos, impossibilidades sufocadas e um admirável impulso que vem intrinsecamente, consegui avista-lá.
Sim! A esperança parece distante em meio ao caos, mas acredite… reorientar-se é necessário e faz com que a ausência se torne suportável e com isso a esperança de que há um caminho de luz mesmo no meio de tanta escuridão.
*@caroline.lourenco_. Sou fisioterapeuta e moro Botucatu (SP). Com 22 anos, me casei, formei e iniciei minha vida com Matheus. Depois de um ano e 25 dias de casamento, ele faleceu. Desde então, venho tentando ressignificar o luto.