O jornalismo se faz desnudo

Ana Clara Marçal no blog Vida de Adulto
Foto: Pixabay

*Ana Clara Marçal

Sabe quando você vai viajar para um novo lugar e só leva o essencial na mala? Porque nela tem que ter espaço suficiente para que você volte cheio(a) de coisas novas. Novas histórias, sabores, cheiros, texturas, objetos, visões, culturas, laços.

O jornalista também tem que se despir de qualquer pré-conceito para ir ao encontro da fonte. E, aqui, ressalto outro ponto importante: o jornalista é composto, sobretudo, pelas fontes.

Não menosprezo as teorias da comunicação, as aulas de história, sociologia, economia e tantas outras fundamentais na ampliação da nossa visão. Elas são a base de todo bom jornalista. Mas o jornalismo é, ainda, sobre contato com pessoas, lugares, acontecimentos.

E pessoas nos ensinam. Muito. Todo mundo tem algo para ensinar. Sejam aprendizados bons ou ruins. (Esse é um outro ponto importante, mas não me alongarei nele. Pelo menos não nesse texto.)

Pois bem, se soubermos nos despir de pré-conceitos, nos carregar de humildade para receber com respeito e reconhecer que a história do outro enriquece a minha, o resultado é uma mala cheia. De vozes até então mudas. De histórias até então ocultas. Verdades até então ignoradas. Mentiras desmascaradas. Laços (re)feitos. Nós desfeitos.

Quando vou fazer qualquer entrevista, uma certeza tenho: deixo minha mala bem levinha porque sei que sairei dela carregando muita coisa. Nova. Velha. Boa. Ruim. Duvidosa. Mas, aí, é minha hora de saber separar o conteúdo da mala. Ficam os bons. Os ruins, mas necessários. O que engrandece. Enriquece. Esclarece. Desmascara. O que estraga, jogo fora!


*@anaclaramarcal_  é estudante de jornalismo, apaixonada pela escrita, pela literatura, pela vida, pelas pessoas e por boas histórias e ideias. Instagram com textos autorias: @palavrasquecarregam

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