Para acordar a delicadeza
Consultando o dicionário, deparei com a palavra delicadeza. Têm palavras que são lindas, mesmo fora dos dicionários, livros, nas bocas, nos corações. Essa é uma delas, soa suave aos ouvidos, desliza vagarosamente quando pronunciada, anda de mãos dadas com a gentileza.
Ainda bem que podemos encontrá-la em muitos lugares, objetos, animais, pessoas. Sinto que Nossa Senhora com seu olhar terno olhando seu filho expressa magnificamente toda delicadeza. Uma criança juntando as sílabas, descobrindo o universo da leitura seria mais um entre diversos exemplos de delicadeza.
Fui buscando em minha volta toda representatividade do lindo vocábulo e de repente um dos meus vasos mais uma vez me mostrou aquilo que procurava. Uma minúscula flor enfeitou meu dia, provou que tamanho não representa nada, agradeci por tanta beleza.
Precisamos tanto sentir que mesmo de longe através de uma mensagem podemos ser gentis, delicados, dizer um “Eu te amo” de forma bem suave, saindo leve, flutuando até chegar aos ouvidos de um ente querido.
Percebo uma carência enorme neste momento de isolamento, o toque faz muita falta, o sorriso, o abraço.
Agora abraçamos virtualmente com expressividade nas palavras. Peço a Deus que sejamos menos agitados, mais leves apesar da carga que trazemos. Ofereçamos nossa delicadeza que está guardadinha no porão dos sentimentos, é preciso acordá-la, vá devagar buscá-la, chame sussurrando para não assustá-la.
Pegue com cuidado, coloque-a em seu coração e depois de estar bem adaptada reparta com o outro. Quem sabe dentro da sua casa algo irá florescer? Ofereço a cada um de você leitores e leitoras um beijo suave, cheio de delicadeza.
*Meu nome é @gontijoelida , professora de Língua Portuguesa e apaixonada pela leitura e escrita.
