A simplicidade do Pequeno Príncipe
Reli “O Pequeno Príncipe pela terceira vez. Como pode a gente encontrar encanto em tão poucas páginas e retirar lições de sabedoria para uma vida, para duas ou para quantas vidas precisarem? Dentre tantas lições, fica uma indagação:
– Qual o verdadeiro valor da simplicidade do pequeno príncipe?
Será que ele via o mundo com os olhos de uma criança inocente ou será que ele apenas queria consertar as coisas para as pessoas grandes? Aquelas às quais ele chama de “muito estranhas”!
Não discordo de ti, pequeno príncipe das estrelas.
Você sim, sabia que a simplicidade não envolve números, nem elogios, muito menos qualquer quantia material. Tudo que você queria era amar a sua flor, cativada e única no mundo.
Você se espantava tanto que as pessoas se admirassem do enorme preço de uma casa, mas não fossem capazes de enxergar sua cor, seus cheiros, suas flores e a forma da sua janela. Eu também me admiro muito! Porque as pessoas grandes com toda sua pressa, não se importam mais para onde estão indo, de onde estão vindo e assim, tampouco, apreciam a paisagem.
Mas você não pode cobrar esse pensamento das pessoas, Pequeno Príncipe, porque as pessoas não têm mais tempo de pensarem em nada, sempre ocupadas com seus computadores, sem tempo para os seus filhos, sem tempo para os seus pais, sem tempo para eles próprios. Como passando assim tão apressadamente pela vida eles podem se preocupar com a simplicidade com qual você enxergava o mundo?
A vida passa muito veloz, crescemos tão rápido quantos os baobás do seu planeta, e às vezes quando a gente olha para trás e volta para tentar fazer a limpeza do nosso planeta já é tarde demais. E foi bem isso que você disse, não se pode deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, mas a gente sempre deixa, né?
Mas, mesmo assim, você ainda com toda sua fé na vida, nos diz que as dificuldades existem para o nosso crescimento e que o nosso crescimento nos torna pessoas melhores. É mesmo um prazer crescer e evoluir a cada dia. Não existe nada de mais sincero na vida do que poder duvidar do que nós achamos que já sabemos.
Quem somos?
Realmente pessoas “muito estranhas”
ou vítimas do planeta do “imediato”?
*Tamires Cristina, @consultoriodapsi, é psicóloga existencial.