Não era amizade, era cilada

Foto: Pixabay

Eu era nova na cidade e queria, desesperadamente, fazer novas amizades. Por meio de amigos, conheci uma menina descolada e baladeira. Viramos “amigas de infância” e, subitamente, minha agenda de fim de semana ficou lotada. Mas não demorou para eu perceber que ela e suas amigas adoravam fazer fofoca entre si.

Uma noite ouvi que uma delas tinha aparecido na balada com o ex-namorado da “amiga”, que tinha deixado de sair justamente por estar triste com o fim do relacionamento. Nessa noite decidi que nunca mais sairia com elas.

Já morando em outra cidade, onde não conhecia quase ninguém, também encontrei em uma nova amiga o canal para conhecer novas pessoas e lugares. Foi bom por um tempo, mas a afinidade não resistiu quando nos conhecemos melhor e vi que, enquanto eu pensava em estudar e trabalhar para progredir na carreira, ela queria apenas ir a festas e conhecer homens com o carro do ano, solteiros ou não.

Em outra história, eu tinha 17 anos e estava na faculdade de Jornalismo há poucas semanas. Fui com a amiga Simone comprar lanche na cantina e enquanto esperava na fila, ela começou a conversar com uma menina que era da nossa sala.

Era uma típica adolescente, tinha cabelos escuros cacheados, usava minissaia jeans, conversava muito e ria alto. Era bem extrovertida. Diferente de mim, até então muito tímida. Seu nome era Taciana e, desde então, também nos tornamos amigas.

Alguns anos depois da formatura, fui trabalhar em um jornal. Tímida, fui me enturmando aos poucos. No meio dos jovens, uma pessoa chamava a atenção porque sempre tinha alguém do lado pedindo conselhos. Era magrinha, branquinha, cabelo escuro cacheado.

Tinha um olhar e sorriso marotos e sempre estava sorrindo. Transmitia tanta confiança em tudo que falava e fazia, que até achei isso arrogância. Seu nome era Fabrícia e por causa de uma amiga em comum, a Amanda, acabamos também ficando amigas.

A Taciana e a Fabrícia do meu passado são as mesmas que hoje estão comigo no Vida de Adulto e são exemplos de que a amizade, assim como algumas bebidas, fica apurada com o tempo. Chega de ciladas!

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