Fica, SÓ vai ter bolo

Foto: Arquivo pessoal

*Carla Caroline

Com certeza, 2020 é um ano atípico, ainda mais para quem tem celebrado aniversários após o dia 22 de março. E, aqui, me incluo. Sou daquelas que gosta de bolo, ao lado da família e fica esperando os parabéns. Não exijo que o mundo me parabenize. Porém, aguardo ligação, mensagem, carinho, abraço e tudo o mais, das pessoas que são importantes para mim.

Nunca fui de fazer festas.

Minha mãe (tadinha), tentou realizar duas comemorações – uma aos 5 e outra aos 11 anos – mas, detestei (Perdão, mãe!). Anos depois, aos 31 e 32 anos, resolvi celebrar em um samba, com poucas pessoas e com todo o amor que me faz bem. Saí com o coração cheio de gratidão e feliz!

Agora, olhando para a renovação do próximo ciclo, que se renova em 18 de julho, refleti sobre os motivos que me impediram de “promover” aniversários desde sempre. Na infância e na adolescência, tinha medo de não ganhar o presente que pedi, já que a festa consumiria todo o orçamento; viajar com o ballet era mais legal e estaria com pessoas que faziam parte do meu dia a dia, ainda conheceria outros lugares.

Já na vida adulta, descobri que meu maior medo era de os convidados não comparecerem!

Sim! Tenho receio de convidar e ninguém aparecer. Tanto, que nas últimas festas, feitas em bares, cheguei meia hora depois do combinado e reservei um número menor de lugares. Resultado: a maioria das pessoas foram e o espaço ficou pequeno.

Neste ano, tudo será diferente. De tudo, sentirei uma falta absurda do contato. SÓ vai ter bolo e dois abraços (únicos e muito especiais). Minha mãe não estará aqui. Como a data “cai” em um sábado, a boa feijoada, o samba, a Gin Tônica ou a Caipirinha serão a três e com muita alegria. Mas, SÓ vai ter bolo! O contato será mínimo e os abraços, também!

É, SÓ vai ter bolo!


*@carlacaroline25 é colaboradora fixa do Vida de Adulto. Escreve aos domingos, duas vezes por mês.

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