O mundo parou, mas rodou mais rápido
Lá se vão oito meses do meu último aniversário. Ou seja, já estou mais próxima do próximo do que do antigo e, mesmo assim, parece que ele nem aconteceu. Parece que estou em um longo momento de espera por alguma coisa que nem já nem sei direito o que é. É como se meu aniversário também estivesse congelado nesse momento.
Esperar o “tudo isso passar”. Esperar “a pandemia diminuir”. Esperar 2022 para recomeçar. Apesar do tempo não parar e a vida continuar, apesar de tudo o que está acontecendo, parece que há um momento de compasso lento para esperar por algo que está por vir.
Este ano fiquei mais velha, mas minha prioridade tem sido estudar, trabalhar, planejar o futuro. Apesar de não querer envelhecer, sinto, mais do que nunca, que o tempo não para. Nunca.
Ao mesmo tempo em vivo a espera, em alguns momentos, parece que o resto da vida nunca correu tão rápido.
O mercado de trabalho antecipou tendências e ações que só iriam acontecer nos próximos anos e pegou muitas pessoas de surpresa porque elas ainda não tinham tido tempo de estar preparadas para as novas exigências profissionais.
Há muito tempo as empresas já deixaram de contratar profissionais “apenas” competentes e experientes em prol de sei lá o quê. Mas, agora, as exigências para se manter no mercado de trabalho estão cada vez mais restritas.
O mundo parou em algumas áreas, mas deu um salto de anos em outras e estamos no meio do caminho, ora nos equilibrando entre os dois lados, ora ficando de cá, ora de lá. Parece que, a qualquer momento, vamos cair.
Paro para pensar e vejo que é preciso esperar, mas também é preciso correr em outros momentos porque a fenda vai aumentar e vai chegar a hora na qual será preciso escolher de qual lado ficar. A fenda vai aumentar e talvez esse vai e vem não será mais possível.
*@julianagribeiro.jornalista é uma das fundadoras do blog Vida de Adulto. Veja quem é Juliana G. Ribeiro.