Não seja uma mulher cruel com as outras

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Foto: Pixabay

*Fabricia Hamu

Mulheres são competitivas, invejosas, dissimuladas e não conhecem o verdadeiro sentido da amizade, certo? Errado. Quem diz isso, certamente nunca precisou da rede de apoio que somente várias mulheres generosas, engajadas e leais sabem oferecer a quem necessita – ou, se precisou, não teve gratidão suficiente para reconhecer o suporte recebido e preferiu esquecê-lo.

Que atire a primeira pedra aquela mulher que, em um momento de extremo desespero, não foi salva pelo colo e pelas palavras afetuosas de uma amiga.

Que não passou horas ao telefone ou pessoalmente contando sua história e, depois, ficou outras tantas, recebendo conselhos e aquele reforço na autoestima que apenas uma boa companheira pode dar.

Mas nossa empatia e generosidade não são garantias de que saberemos integrar essa rede de apoio. Há bastante gente nesse mundo querendo que as mulheres briguem entre si e se deturpem de tal maneira, que nunca possam ser unidas e fortes o bastante para lutar pela igualdade de direitos. Há machistas e misóginos demais por aí, famosos ou anônimos, felizes em nos apartar.

Por isso, parafraseando Caetano, “é preciso estar atento e forte” e não fazer o jogo daqueles que se beneficiam de nossa fraqueza. Não seja aquele tipo de mulher que sente prazer em ser cruel com as outras. Que julga a moral de alguém pelo tamanho do decote ou da saia. Que aponta celulites e excesso de peso onde existe apenas a vontade de ir à praia.

Não seja aquele tipo de mulher que desqualifica a ascensão profissional da outra, insinuando que ela só subiu na carreira porque teve um caso com o chefe ou puxa o saco dele. Que não pensa duas vezes antes de criticar a criação que ela dá aos filhos, a forma como conduz um relacionamento afetivo ou a decisão de ficar solteira. Que culpa a vítima pelo abuso sexual sofrido.

Não seja aquele tipo de mulher que reforça intrigas, estereótipos e mitos.

Que transforma a existência feminina numa prisão, onde ela nunca poderá ousar ser ela mesma com liberdade. Seja um elo de amorosidade, aceitação e luta na rede de apoio que tanto precisamos fortalecer e ampliar. Não se conforme em competir e denegrir. Você é bem melhor que isso, pode acreditar.


*Fabrícia Hamu é uma das fundadoras do Vida de Adulto. Escreve às segundas-feiras, duas vezes por mês.

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